Antigamente, para se gravar alguma coisa era a maior dificuldade.
Nossa Senhora!
Os equipamentos eram pesados, tinham carretéis, precisavam de fita magnética, de gente para carregá-los e de rede elétrica que garantisse o seu funcionamento.
Hoje é tudo muito simples e muto fácil. Tem gravador do tamanho de um botão de camisa - e até menor - e que funciona em qualquer lugar, tenha ou não energia.
Isso significa que, não apenas quem atua na vida pública, todos nós, precisamos ter muito cuidado com o que dizemos e com a maneira de externar as nossas opiniões.
Faço essa reflexão, em função da repercussão negativa de afirmação do prefeito Carlos Eduardo, feita esta semana numa entrevista a Diógenes Dantas, na 96 FM, com críticas à política de segurança pública do Estado e que terminou por ferir os brios das nossas Polícias.
E olhe que isso ocorreu num momento em que, reagindo ao clima de ataques sociais desenceado pelo auto-denominado Sindicato do Crime, tanto as nossas PM e Civil, quanto o Corpo de Bombeiros, recebiam o apoio, o reconhecimento e o aplauso de todos por seu profissionalismo - independente de estar recebendo com atraso o salário mensal e suas diárias operacionais.
O prefeito já tentou minimizar o episódio através de publicações nas redes sociais. Não adiantou. Teve que publicar uma nota reconhecendo que usou "palavras inadequadas". Não deixa de ser uma avanço, mas também, pouco adiantou.
Especialmente para os atingidos, o que prevalece é o que foi dito na entrevista, perante um dos jornalistas de maior conceito no Estado.
Ou seja - se o prefeito fosse mais precavido, se tivesse a mínima noção do que representa o que sai de sua boca - certamente não teria falado antes de refletir. Antes de pesar e medir, se o que pretendia dizer era - para usar sua própria expressão - adequado ou inadequado.
Que o episódio sirva de lição. Não apenas para Carlos Eduardo, que é um executivo preparado, competente, mas que ainda precisa ter um maior controle sobre as suas emoções.
A lição vale pra todos. Especialmente para os que estão começando.
Na vida, e especialmente na política, é preciso pesar e medir tudo o que se fala.
Qualquer declaração descuidada, ou proclamada num momento de emoção descontrolada costuma ter desdobramentos constrangedores. Notadamente agora, quando os gravadores chegam a ser invisíveis.
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