- Ofereçamos ao presidente tudo o que ao nosso alcance esteja para que ele possa licitamente, legitimamente, democraticamente, governar como conquistou o poder: com a esperança e a confiança da imensa maioria da nação. Para isso é essencial, sem dúvida, que ele não se perca mais nos descaminhos de uma política que é contrária a tudo aquilo por que urge e pugna a imensa maioria do povo brasileiro.
Claro: essas palavras aí de cima não são minhas. São de um grande líder civil do nosso país. Ele já cumpriu sua missão aqui na terra, mas deixou um legado que não pode ser esquecido.
Na caso das palavras citadas e vendo a realidade que enfrentamos hoje no Brasil, entendo que elas bem que poderiam ser pronunciadas hoje, dirigidas à nação e ao presidente Lula.
Eu tive o privilégio de tê-las ouvido aos meus 17 anos de idade - em 24 de agosto de 1961, pronunciadas pelo então governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda.
Voltando ao que disse, falando de improviso na televisão, esclareceu:
- Tenho às vezes vontade, não sei se diga, de rir - mas será em todo caso um riso melancólico - quando vejo dividirem as nossas posições entre direita e esquerda e atribuirem ao presidente uma posição de esquerda e a mim darem-me a direita.
- Desde quando é direita querer que as coisas se façam direito? Desde quando é direita, a não ser por um jogo de palavras, querer que se faça democraticamente o que nunca de deve fazer por vias espúrias? Desde quando será esquerda aplaudir tiranias e deixar que elas se introduzam no Brasil?
Agora voltando a mim: Como o Brasil se ressente hoje da falta de um líder com a autoridade moral de um Carlos Lacerda.
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