A voz mais implacável que se levanta na Assembleia fazendo cobranças ao governador Robinson Faria tem sido a do deputado Kelps Lima.
- Na campanha ele foi um vendedor de ilusões - lembrou o parlamentar em recente pronunciamento.
E olhe que ele não faz isso pelo prazer de ser oposição;
Fala o deputado Kelps Lima com a autoridade moral de ter dado ao governador um dos votos favoráveis ao uso imoral de recursos carimbados para serem usados - só a partir de 2025 e com destinação específica - o pagamento de aposentadorias de servidores admitidos no quadro de pessoal do Estado de 2007 pra cá.
Ou seja - A cobrança de Kelps é a cobrança de quem, num primeiro momento, esteve disposto a ajudar, inclusive mandando às favas o - digamos - "administrativamente correto".- objetivando permitir que o governador pudesse se orgulhar de estar fazendo o impossível para manter em dia o pagamento do funcionalismo.
Deve ter pensado o deputado que o governador precisava daquele gesto da Assembleia - imoral - para poder começar o seu governo com o mínimo de fôlego e acreditando que, descartado o fantasma do atraso do funcionalismo logo no primeiro mês e nos seguintes, teria Robinson a capacidade de adotar as medidas necessárias ao reequilíbrio financeiro do erário estadual.
Ledo engano. Robinson deslumbrou-se com o 1 bilhão de reais dos futuros aposentados que lhe colocaram nas mãos e com esses recursos levou o seu primeiro ano de gestão navegando em mar de almirante e céu de brigadeiro diante de um funcionalismo pago em dia, mas ignorando o fato de que recebeu, na realidade, um dinheiro maldito que vai lhe fazer muita falta amanhã.
Só que o primeiro ano se foi e, em vez de melhorar, o quadro administrativo do RN assume um ar verdadeira catastrófico - especialmente na segurança e saúde pública.
A "ficha" ainda não caiu por completo para os servidores, embora desde o esgotamento do Fundo Previdenciário, venha o funcionalismo estadual enfrentando a incerteza de não saber o dia certo da próxima liberação do seu salário mensal.
Caiu, porém, para o deputado. E num tardio, mas obstinado esforço (talvez como se estivesse tentando se redimir do erro que, certamente assume), Kelps tem procurado lembrar compromissos de campanha anunciados por Robinson e que hoje estão relegados a um deslavado esquecimento.
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