O ex-presidente Juscelino Kubitschek "era um democrata autêntico" - atestou em abril de 1965, um dos generais mais influentes de 1964 - Mourão Filho.
Na época da entrevista, "concedida a um órgão da imprensa carioca", segundo reportagem difundida pela Agência de Noticias Meridional e que, em Natal, foi publicada no Diário de Natal do dia 5 de abril daquele ano, Mourão era presidente do Superior Tribunal Militar.
Segundo ele, o então presidente Castelo Branco não chegou ao posto como uma opção militar: "Foi candidato da Câmara e do Senado, cujos membros acabaram por elegê-lo".
E foi mais adiante o general Mourão em seu desabafo:
- O presidente foi eleito pelos políticos que, mais tarde, ele mesmo perseguiu".
Mourão cita que Castelo reuniu-se com JK, "na residência do senhor Joaquim Ramos", recebendo garantias de que seria respeitado.
Dessa reunião - acrescentou - participaram o sr. Amaral Peixoto e "outras pessoas".
A reportagem assinalou que Mourão Filho estava indignado porque, dias antes, o general Costa e Silva, lera uma lista de chefes militares revolucionários, num programa de TV em São Paulo, e dessa relação não constava o seu nome.
Concluiu dizendo:
- Enquanto descíamos de Minas, ele conspirava, muito bem resguardado, em apartamentos da Zona Sul, no Rio de Janeiro.
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