terça-feira, 10 de maio de 2011

Ainda sobre Bin Laden

Tudo é igual em todo canto, guardadas, é claro, as devidas proporções.
Por exemplo: Tanto faz em Abotabad, no Paquitão, aquele lugar onde o governo do Estados Unidos afirma ter executado o “líder terrorista” Osama Bin Laden, quanto em qualquer rua, de qualquer cidade brasileira, onde uma vida é ceifada por ordem do valentão ou dos valentões da zona.
Ninguém vê nada.
Quem é besta pra dizer que viu?
Até as respostas são parecidas:
- Não, eu estava muito ocupado/a dentro de casa... não ouvi nem a zuada...
- Tiro? Ouvi não... Eu tava com o rádio ligado... Jorge Aldir tava gritando um gol do ABC...
- Quando saí de casa o povão tava aí, mas tudo já tinha terminado. Foi só o que eu vi.
É assim em toda parte. Aqui em Natal, São Gonçalo, Rio de Janeiro, São Paulo ou Abotabad.  O que não significa dizer que o crime não existiu.
Agora, nessa história oficial de Bin Laden – não apenas a história oficial da sua morte – a história oficial de sua trajetória de um modo geral, pra mim, não bate com a realidade que se deixa ver. A realidade que a gente consegue enxergar.
Eu admito inclusive que, pra viver ali onde foi abatido, ele contasse até com a cumplicidade de uma boa estrutura, se não do próprio governo, dos seus seguidores paquistaneses.
Mas, um líder terrorista perigoso como ele sempre foi descrito, provocador, autucioso, ousado, milionário teria se deixado apanhar do jeito que foi? Praticamente sozinho? Não sei.
Bate com a realidade um cara com o seu perfil e, principalmente, sendo o homem mais procurado do mundo, viver num mesmo lugar durante uma semana, quanto mais durante sete anos ou mais? Não sei. Acho difícil.
Bate com a realidade, um sujeito com o perfil do Bin Laden, encontrar-se no último piso de uma casa de três andares, ouvir movimentação e tiros nos andares de baixo; e ainda ser encontrado desprevenido, desarmado, mesmo tendo algumas armas ao seu alcance?
E mais: O temido Bin Laden, o homem que amedrontava o mundo, que desafiava as nações mais poderosas, ia se entregar da forma como se entregou, sabendo que iam matá-lo?
Não sei. Tenho minhas dúvidas. E as coloco certo de que, no contexto, elas são um zero a esquerda; não valem absolutamente nada.
Agora, não posso calar – mesmo que o meu grito não sirva de nada, ao sentir, até por mera suposição, que os poderosos estão querendo me impor uma verdade que eu não alcanço, uma realidade que eu não vejo, por mais contundentes que sejam as probabilidades que eles consigam produzir.

Um comentário:

  1. Concordo com o Sr. Jornalista, está muito vago o desfeiche da história.

    ResponderExcluir

Comentários críticos sem identificação não serão aceitos.