quarta-feira, 25 de maio de 2011

RN enfrenta momentos de turbulência

O povo tem pressa

Essa onda de greves que encosta na parede a administração da governadora Rosalba Ciarlini, no mínimo, está indicando que a paciência do povo chegou ao ponto de saturação.
Todo mundo sabe, que a governadora não contribuiu, em nada para que a realidade financeira do erário estadual chegasse à situação em que está. Mas, é ela a governadora e, por isso, é sobre os seus ombros que pesa a responsabilidade de enfrentar e resolver o problema.
Mas, tão cedo?
Pois é: Reclamar a quem? A Dom Matias? Claro que não. Tem que reclamar mesmo é a dra. Rosalba. Não foi ela que pediu pra ser governadora? Então, que descasque o seu abacaxi. O abacaxi que procurou; o abacaxi que pediu.
Como simples analista e observador, sem nenhum envolvimento emocional com a realidade e os interesses em jogo, eu, por exemplo, compreendo que a governadora Rosalba, sequer teve tempo de se inteirar – em toda sua dimensão – de tudo quanto precisa saber para poder delinear, daqui pra frente, o rumo do governo.
Mas, em sã consciência, ninguém pode esperar que tal atitude de compreensão possa ser compartilhada por servidores com salários historicamente defasados e que, na campanha, muito recente, é verdade, ouviram repetidas promessas de tratamento justo e de respeito.
E mais: tendo a respaldar suas esperanças, a força de leis previamente discutidas e aprovadas publicamente.
O argumento governamental para justificar sua incapacidade de atender às reivindicações, contudo, não tem sedimentação meramente matemática; também tem embasamento legal, uma vez que amparado em limites impostos aos gastos com pessoal pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Isso é real. Ou seja: de um lado, a absoluta necessidade dos servidores de exigirem que sejam pagas as promessas que lhe fizeram; do outro, as alegações do governo de falta de orçamento e de recursos, mais as restrições que lhe são impostas pela tal da LRF que citei há pouco.
Pragmaticamente, teria competido ao governo, em tempo hábil, convocar os servidores para a mesa de negociação e buscar um denominador comum, diante da realidade e tendo à frente um mandato de quatro anos.
Mas, esse tempo passou e o resultado é o que está aí: até ontem, cinco greves em andamento; e, pelo menos, mais nove podendo explodir a qualquer momento.
Só Deus sabe a extensão dos prejuízos e contratempos que as greves trazem pra todo mundo – para os próprios grevistas, para o governo e, mais ainda, para a população.
Sairá barato, porém, se ao menos aprendermos duas lições. Uma para o governo – O povo tem pressa; outra para todos: Promessa é só promessa.
Texto do comentário que assino na edição desta quarta-feira do NOVO JORNAL. 

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