Olhem o tempo voando*
Pois é. Lá se foram os três primeiros meses de 2011.
Nem adianta olhar pra trás. Eles não voltam. Foram embora de verdade.
Agora, é correr pra tapar o buraco enquanto é tempo. Será que vai dar?
Acredito que sim. A prefeita Micarla de Sousa decidiu mandar fazer uma auditoria nas contas da Prefeitura e o seu propósito é cortar tudo quanto é gasto supérfluo.
Aliás, não apenas gasto supérfluo. Tudo quanto é gasto, agora está proibido.
É tarde? Antes tarde do que nunca.
A prefeita descobriu sua imagem se deteriorando e entendeu porque: Nem as pequenas coisas, as mínimas, têm acontecido em sua gestão.
Micarla nunca imaginou que seria assim. Julgava não ser tarefa sua cuidar do trivial. Unidades básicas de saúde fechadas. Algumas abertas, mas faltando até gaze e esparadrapo pra fazer um curativo, agulha para aplicar insulina em diabéticos. Escolas fechadas, sem merenda?
Ruas imundas? Lixo acumulado e sem ter pra onde levar? Contas pra pagar? Luz, água, aluguel, telefone, prestação de serviços? Trânsito louco, estrangulado, engarrafado?
Tudo isso são coisas menores, delegada a secretários que não deram contas do recado. Mas, agora, a prefeita deu um basta. Ela que imaginava só ter de cuidar das coisas grandes, grandes projetos, grande holofotes – Natal no Primeiro Mundo, despertou pra realidade: Ou acorda, ou toma conta, ou dá um murro na mesa, ou a vaca “chega” no brejo.
A prefeita percebeu que tem que comandar mesmo, começando lá de baixo – do lixo, da unidade de saúde, da escolinha deteriorada, sem merenda, da rua esburacada e escura, do pequeno compromisso honrado e resgatado todos os dias, 24 horas por dia.
Agora vai e, sem dúvida, em algum momento, o povo descobrirá que tem uma prefeita em ação e não apenas sonhando com o que poderá fazer amanhã movimentando os milhões que a presidente Dilma pode ter lhe prometido.
Antes que esse dinheirão chegue, porém, Micarla descobriu que tem como dar rendimento melhor ao “dinheirinho” com que, efetivamente, pode contar. E o primeiro passo é deixar de gastar, cortar despesas, eliminar o desperdício.
Como poderia deixar de aplaudir essa nova atitude?
Quando acordei não imaginava que tivesse tido apenas um sonho. Só vim descobrir que, infelizmente, “tudo continuava como dantes” ao abrir o meu NOVO JORNAL e ficar sabendo através da “Roda Viva”: A Prefeitura de Natal acaba de alugar mais um prédio, desta vez, na Av. Hermes da Fonseca, para a Secretaria de Saúde.
Concordo em gênero, número e grau com Cassiano Arruda Câmara: “Aumento de custeio é incompatível com aumento de eficiência”.
* Artigo que estou assinando na edição desta quarta-feira do NOVO JORNAL.
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