quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O pior vem depois (*)

A governadora Rosalba Ciarlini não é marinheira de primeira viagem na administração do caos.
Claro que não pode haver termo de comparação entre comandar um Estado e dirigir um município por maior e mais importante que seja.
Mas, guardadas as devidas proporções, dados os devidos descontos, a distância não fica tão grande assim.
Por isso, mais do que ninguém, ela sabe: Nada mais estimulante, nada mais rejuvenescedor, para alguns até, nada mais afrodisíaco, do que um começo de governo – por maiores que sejam as dificuldades; por mais significativos que sejam os desafios: as contas, os débitos, a desorganização, etc.
Quem chega está em lua de mel com o poder e julga pensar ter tudo a seu favor – o tempo, a compreensão, a aposta na própria capacidade de superação.
E isso tudo é verdade. Não é um sonho. É realidade.
Agora, pode se transformar, rapidinho, num pesadelo se essa convicção estiver baseada, tão somente, no provérbio de que “pior do que está não pode ficar”.
A história, a vivência e a experiência da governadora Rosalba Ciarlini apontam para o outro lado. Isto é: Ela sabe que, para não ficar pior, é preciso um trabalho sério, permanente, atento e incansável, pois no serviço público o menor deslize é fatal para quem o comete.
Quem já não viu esse filme - de um governante chegar apregoando o caos e, ao final, entregar uma situação de calamidade ainda pior do que a encontrou?
Claro: o Rio Grande do Norte inteiro está confiante e torcendo pelo êxito de Rosalba e pela sua capacidade de evitar que o pior ainda esteja por vir.
Ninguém pense que conseguir isso seja uma moleza. É difícil. E difícil demais. Até porque as demandas sociais – por mais que o governo consiga realizar – tendem a crescer numa velocidade muito maior. Muitas vezes maior.
Vejam-se, por exemplo, os três setores mais problemáticos da atualidade – Educação, saúde e segurança pública.
Tudo o que foi feito por eles nos últimos anos – por mais que os que fizeram achem que fizeram muito – tem o significado de uma gota d’água no oceano. Pois, nenhum deles conseguiu, ficar, sequer, como estava. Todos, sem nenhuma dúvida, pioraram.
Digo isso sem a intenção de atingir a quem quer que seja, mas para destacar o peso da responsabilidade que paira sobre os ombros da governadora Rosalba Ciarlini e de todos quantos tem a obrigação legal de ajuda-la a carregar esse fardo.
Ou seja: se a situação do Estado é tão difícil quanto estão proclamando (e, pra mim, pode ser até mais complicada), ninguém se engane: Ainda pode ficar pior.

(*) Artigo que assino na ediçào desta quarta-feira do NOVO JORNAL.

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