quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Simples dever de casa(*)

Esta semana começou – para Natal e sua Prefeitura – com uma reunião do secretariado a fim de ouvir recomendações expressas do prefeito Paulinho Freire para contenção de gastos e redução de despesas.
À porta do avião que a levou a São Paulo para uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, a prefeita licenciada, Micarla de Souza, fez questão de dizer que a “novidade” foi acertada entre ela e Paulinho.
Ou seja: Não é porque ela está se licenciando que estão fazendo isso. Foi tudo combinado.
Tudo bem. Enfim, como estampou, ontem, em manchete este NOVO JORNAL, “caiu a ficha“. Já estava em tempo essa espécie de freio de arrumação.
O andar da carruagem prenunciava – e, na realidade, ainda prenuncia - para a atual administração um final de governo mais caótico do que aquele que proclamou ter encontrado ao assumir no dia 1º de janeiro de 2009.
Queira Deus que tudo termine bem – a cirurgia da prefeita que, segundo quem entende de medicina, é uma coisa simples; e o seu “freio de arrumação”.
Agora, para maior segurança de quem paga a conta, o ideal seria que todos os números que pudessem refletir a realidade atual da Prefeitura de Natal, fossem colocados na mesa.
Não apenas a referência vaga do secretário de Planejamento, de que a dívida, hoje, chega a 65 milhões de reais. Que, aliás, ele acha pequena.
Por exemplo: 1) Quanto a Prefeitura deve hoje a fornecedores e prestadores de serviço? 2) A que se referem essas contas? 3) Quem são os fornecedores e o que fornecem? 4) Quem são os prestadores de serviços e quais serviços prestam ao município?
E de aluguel? E de contratos?
Ou será que não é direito do povo saber essas coisas?
Outro exemplo: Uma das medidas adotadas por Paulinho Freire foi a suspensão “temporária” do pagamento de diárias e de emissão de passagens aéreas. Isso representa, de fato, alguma coisa? 
Claro que deve representar. Senão, pra que mandar suspender? Então se a coisa é séria e pra valer, por que não prestar contas ao povo - abertamente, claramente, de forma transparente e que não deixe qualquer dúvida de que estão somente querendo jogar para a platéia?
Quanto foi que, nesses dois anos, a Prefeitura de Natal gastou com diárias e com passagens aéreas?
Outra medida determina a revisão de todos os contratos e a sua redução em 25%.
Isso é realmente possível? Ou vai ficar só na intenção?
Só existe uma maneira da população poder, efetivamente, confiar que tudo isso é coisa muito séria e que não estão, apenas, querendo brincar com a nossa cara.
É a Prefeitura divulgar a relação de todos os contratos existentes e, assim, mostrar que nada tem a esconder.

(*) Artigo que estou assinando na edição desta quarta-feira do NOVO JORNAL. 

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