quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Micarla ainda tem 22 meses e meio

O tempo tá correndo (*)

Os dois anos mais difíceis da administração da prefeita Micarla de Sousa já não são mais dois anos. São 22 meses e meio que vão correr a uma velocidade impensável.
Serão dois anos decisivos para o futuro político imediato da prefeita. Digo futuro político imediato, porque me refiro ao seu projeto de reeleição.
No momento, a prefeita se defronta com uma realidade nada promissora. Os mais de dois anos já passados não registram muita coisa a ser comemorada.
Micarla, candidata notável, que empolgou o povo com a promessa de uma administração vibrante, ágil, dinâmica, desemperrada e transparente, não conseguiu formar uma equipe.
E o resultado toda cidade e a própria prefeita reconhecem. Não é à toa o seu propósito de lutar em busca de um julgamento positivo.
Não sei se ela está consciente do esforço que terá de fazer pra viabilizar, de forma concreta, a luta a que se propõe. Só a palavra, só à vontade, só o discurso, só a propaganda, não bastam para que resultem em alguma coisa positiva.
De acólitos e auxiliares da prefeita, recolho sinais do seu entusiasmo e do seu otimismo. O tempo que vem – dizem – será muito diferente do tempo que passou. O tempo que passou foi de vacas magras. O tempo que vem será de vacas gordas, refletidas no apoio que terá da presidenta Dilma e da governadora Rosalba. Terá mesmo?
Bom, Natal muito ganhará se esse decantado apoio se concretizar. Sem dúvida. Mas, a cidade e seu povo já não guardam ilusões, depois de dois anos de engodo, de embromação e de equívocos. Ou seja: Mesmo que os recursos esperados cheguem, eles só, não bastarão para reconstruir no coração dos natalenses os sonhos e a esperança que os animaram a eleger Micarla, contra tudo e contra todos, na memorável campanha de 2008.
Há todo um elenco de equívocos que precisam ser corrigidos – na condução administrativa, no posicionamento político da prefeita e na sua própria estratégia de relação com a sociedade natalense.
Micarla precisa voltar a se lembrar que chegou à Prefeitura levada principalmente pelo povo mais humilde, a quem acenou com a perspectiva de uma relação nova do governante com o governado; uma relação solidária, séria e baseada no princípio republicano de que o governante é um servidor e não um senhor de sua gente, do seu povo.
Vários equívocos administrativos vão de encontro a esse aceno. Não dá pra enumerá-los neste restante de espaço. Mas, o fato é que a prefeita – primeiro, tem que entender que não pode mais perder tempo; muito menos, cometer novos equívocos; e segundo, se convencer de que, hoje em dia, o povo já percebe quando querem tratá-lo como simples bucha de canhão.  E reage.
* Texto do artigo que estou assinando na edição desta quarta-feira do NOVO JORNAL.

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