sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Crispiniano Neto: "Desejo um Natal de dúvidas e um ano novo de crises"

CARTÃO VIRTUAL DE NATAL

Do poeta CRISPINIANO NETO

Um Natal de muitas dúvidas
Pra geração testemunha
Desse período da História
Aonde um bandido acunha
Em manobra e tapetões
Todas instituições
E nenhuma lhe desacunha.

Depois de um Natal de filas,
É bom que a gente analise
O que vem no ano novo...
E com a minha expertise
Vou desejar pra vocês
Um 2016
Repleto de muita CRISE!

São deletérios querendo
Deletar uma mulher séria
Quase isolada no trono
Pela força da miséria
Do canalha-mor que forja
A CAMARilha da corja
De uma câmara deletéria.

Perante o quadro dantesco
Que revoltado eu contemplo
Me parece a inversão
Do Evangelho e seu exemplo;
Como se Deus fracassasse
E um vendilhão expulsasse
O próprio Cristo do templo!

Na dúvida como o SINÉDRIO
Deixa solto um fariseu
Enquanto prende sem provas
Tudo quanto é cireneu,
Eu constato e me aborreço
Que a lei está pelo avesso
Que o mal ao bem já venceu.

Só nos resta a esperança
Que a CRISE toque pra frente
E as dores drásticas do parto
Cuspam do ventre doente
O embrião da suástica
Dando à luz de forma drástica
Um novo BRASIL DECENTE!

Com tantas CRISES em 15
Nos jornais e nas TVs,
Nas ruas, rádios e púlpitos,
Sites e jabaculês,
Decidi não me calar,
Vir a público e desejar
Mais CRISE pra 16.

Antes eu quero pedir
Ao estranho pessoal
Que mandou Dilma tomar...
Xingou Mantega no hospital,
Gritou Chico e Pimentel
Que não me mandem Noel,
Cartões nem Feliz Natal.

Eu quero mesmo é a CRISE
Que eu vi durante este ano...
Crise de vagas nos voos
De tudo que é aeroplano,
CRISE DE ESTACIONAMENTO
Onde amarravam jumento,
Sobrando carro do ano!

CRISE DOS FALSOS PATRÕES,
Modernos escravagistas
Que às empregadas domésticas
Não permitiam conquistas...
Com opressão e safadeza
Lhes usavam em cama e mesa
Sem direitos trabalhistas.

CRISE DO PREÇO DO DIESEL
Que agora está nos carrões;
Hilux e Lander Roovers
Em que passeiam barões...
E da gasolina, até
Pra quem andava de pé,
De bicicleta e busões.

Quero a CRISE DAS PRISÕES
Do denuncismo hodierno,
De algemas se confundindo
Com mansão, gravata e terno
Depois que um juiz fascista
No afã de prender petista
Abriu as portas do inferno!

CRISE DOS MENSALÕES,
Que vá em frente também
Do MENSALÃO DO PT
Não fica impune ninguém;
Que prendam nos próximos anos
Os mensaleiros tucanos
E os mensaleiros do DEM.

Quero a CRISE DO PETRÓLEO
Da Petrobrás “sem moral”
Que vale dez vezes mais,
Que já produz no Pré-Sal
Mais de um milhão de barris
E produz, mesmo sem “Xis”
Já três milhões no total.

CRISE DE MENINO POBRE
Cursando universidades,
Nas vagas dos mauricinhos
Que com as facilidades
Esqueceram de estudar
E não podem mais comprar
Diplomas nas faculdades.

Eu quero a CRISE DAS COTAS,
Do SISU e do ENEM
Dos pretos, dos pés raspados
Dos filhos do Zé Ninguém,
Dos cegos, moucos e mancos
Sentando os bumbuns nos bancos
Das faculdades também!

Eu quero a CRISE DE MESTRES,
Doutores e Pós Doutores
Chamados a trabalhar
Nos grotões e interiores
Onde criam faculdades
E IFs pelas cidades
Precisando professores.

Quero a CRISE em municípios
Onde tem prefeito rude
Que quer embolsar as verbas
No lugar da atitude
De pagar todos valores
Do Piso dos professores
E de agentes de saúde.

Que aumente a CRISE DOS PORTOS
Pra o Brasil ser mais que é,
O maior exportador
De Soja, açúcar e café,
De frango e carne bovina,
De laranja e tangerina
De samba, alegria e fé...

Que aumente a CRISE DA BUSCA,
DE FERRO e outros minerais
Para o Brasil fabricar
Bem mais carro e muito mais
Ferrovias e navios,
Trilhos, trens, canais de rios
E aviões comerciais.

Que aumente a CRISE ÉTICA,
Escândalos de corrupção
A polêmica e os processos
A denúncia, a confusão
E o caos que a imprensa exibe
De um poder que não proíbe
Nenhuma investigação!

Que siga a CRISE “HEDIONDA”
DAS PEDALADAS FISCAIS
Para que o BOLSA FAMÍLIA
Não sofra atraso jamais,
Minha casa; Minha Vida;
Luz, carro pipa e comida...
Fome e sede NUNCA MAIS.

Quero a CRISE DOS PROTESTOS
Em tudo quanto é cidade,
Coxinhas e Vira-latas
Pedindo coturno e grade
Metrancas, grades, fuzis
Pra ver se esses imbecis
Aprendem o que é liberdade!

Que siga a CRISE DO IMPEACHMENT...
Voltado pra quem provoca,
Tem dólar fora e esconde,
Mente, rouba e faz fofoca,
Fecha escola, bate em mestre,
Impeachment pra quem sequestre
Helicóptero cheio de coca...

Quero a CRISE DESASTROSA
DOS CUBANOS E CUBANAS,
Terroristas de jaleco,
Escravos, almas tiranas,
Comunas, bichos papões
Que se embrenham nos grotões
Pra salvar vidas humanas.

Quero a CRISE DE LULINHA
Comprando o Banco Fator,
Friboi, Aple, Coca-Cola
E a Valmet de trator...
Para a Veja não falar
Que o Brasil vai quebrar
Por falta de investidor!

Quero a CRISE DO DEBATE
DE GÊNERO e de KIT GAY,
Prender machões e homofóbicos
Maria da pena, a Lei
E Simone de Beauvoir
Mandando a mulher reinar
Sem lamber os pés do rei.

Quero a CRISE DOS PARTIDOS
Sem finanças de empresas,
A da CPMF
Ferindo as máfias burguesas
Que fazem o fisco de otário
Surrupiando o erário
E acumulando riquezas.

Que a CRISE DE INVESTIGAR
Que no Brasil se instalou
Possa se espraiar por cima
De quem crimes praticou
Quem cometeu injustiças
Pra quem tem contas suíças,
Quem mentiu e quem roubou.

Que o QUANTO PIOR, MELHOR
Desta corja inconsequente
Em 2016
Seja PIOR, realmente...
Um ano mais desgraçado
Pra qualquer CUNHA SAFADO
Que cruzar na nossa frente!

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