quarta-feira, 2 de março de 2011

Kassab arma esquema para tentar sobreviver

E o DEM, resistirá?*

O senador José Agripino deve estar em contagem regressiva para assumir um grande abacaxi político: a presidência do DEM - um partido de oposição num país como o Brasil.
É evidente que o senador, mais do que ninguém, deve saber que não vai ser fácil segurar a barra. O DEM, contando o tempo de PFL, está há oito na oposição ao Governo Federal e, embora Zé Agripino não deva ter muito do que reclamar, tem gente que já não agüenta mais continuar na oposição. Ou seja: De baixo.
O caso do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, por exemplo, é emblemático. Todo dia o homem ameaça deixar o partido. E todo dia, aparece com uma justificativa diferente.
Teve um momento, que a candidatura consensual de Agripino para o comando partidário acabava todos os problemas e constituia uma garantia da permanência de Kassab.
De repente, o homem vira a mesa, afasta-se de Agripino e impõe: “Agora, eu só fico se o presidente for Marco Maciel”.
Ninguém sabe ao certo em que pé, hoje, essa situação se encontra. Tudo indica que o ex-senador pernambucano, que não é nenhum menino, muito menos, neófito em política, percebeu que o buraco é mais cima e preferiu não entrar na disputa.
Se o partido unido, está fraco, imagine dividido. Presidir o que?
Sobra, então, o desafio para José Agripino. O abacaxi é seu. Descasca-lo é sua responsabilidade.
Até hoje não ouvi uma palavra do senador norte-rio-grandense sobre o desempenho que pretende adotar como presidente do DEM. José, como Marco Maciel, também não é nenhuma criança, nem neófito em política, e a essa altura já deve ter um projeto a executar, pois ele não aceitaria um desafio desse nível se não acreditasse ser possível evitar que o  barco afunde.
Com a experiência que tem como líder político – no governo e na oposição, principalmente no âmbito estadual, governador e senador em vários mandatos, deve saber: Primeiro, não pode perder tempo; segundo, tem que cair em campo, antes mesmo de assumir, na tentativa de juntar os cacos e assim evitar encontrar um partido esfacelado e absolutamente inadministrável.
Como futuro presidente do DEM, ele não pode ficar de braços cruzados, assistindo, passivamente, a saída de um quadro com a força e a representatividade de um Gilberto Kassab.
Claro, nem ele nem ninguém poderá impedir que, querendo, o prefeito de São Paulo vá embora. Mas, e se tudo não passar de uma questão de falta de diálogo como os fatos parecem indicar? Não deverá ser pela falta de um gesto que o partido venha a perder a chance que tem de resistir.
Vai depender dos dois. O futuro do DEM está nas mãos de Agripino e de Kassab.
* Texto do artigo que assino na edição desta quarta-feira do NOVO JORNAL.

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