quarta-feira, 16 de julho de 2014

Liga contra o câncer no RN faz 65 anos neste dia 17

A Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, referência em tratamento do câncer no Rio Grande do Norte e no Nordeste, completa 65 anos nesta quinta-feira. Fundada em 17 de julho de 1949, passou de uma simples casa de recolhimento de cancerosos para se tornar um Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), de acordo com a classificação do Ministério da Saúde. A instituição hoje é formada por cinco unidades, sendo uma de apoio humanitário: o Centro Avançado de Oncologia (CECAN), Hospital Dr. Luiz Antônio, Policlínica, Hospital de Oncologia do Seridó (em Caicó) e a Casa de Apoio Irmã Gabriela.

Reconhecida pela democratização do acesso à oncologia de ponta, atingindo mais de 80% de volume de serviços destinados a pacientes do SUS, a Liga Contra o Câncer administra as dificuldades dessa vocação para conjugar excelência com filantropia. A principal delas é, como se poderia imaginar, financeira.

Para o superintendente, Ricardo Curioso, o que mais dificulta hoje é a incerteza do recebimento dos valores a que faz jus pelos serviços que presta ao seu maior cliente, o SUS. O serviço é prestado, a fatura é apresentada, mas o pagamento não segue qualquer regra ou calendário, o que provoca sérias dificuldades de fluxo de caixa: “Vem sendo muito comum chegarmos no dia de pagarmos os funcionários e não termos os recursos, tendo de recorrer a instituições financeiras a um custo elevado de juros; isso tendo o dinheiro a receber”, afirma Curioso.

Essa dificuldade em receber pelos serviços prestados às vezes pesa mais do que o valor total da dívida da instituição, hoje superior a R$ 28 milhões: “Se recebêssemos em dia teríamos como saldar nossos compromissos, inclusive com o pagamento das parcelas da dívida, hoje ao redor de R$ 550 mil por mês”, afirma o superintendente.

Um exemplo emblemático do problema é a existência de um débito de mais de R$ 1 milhão da Secretaria Estadual de Saúde para com a instituição, que já perdura por cerca de um ano.

Mesmo em meio a essas dificuldades, a instituição comemora seu aniversário de 65 anos, afinal, conseguiu atingir um nível de excelência raro para uma filantrópica, além de ter conseguido dar conta do aumento de demanda. Só nos últimos três anos aumentou o número mensal de procedimentos realizados em cerca de 20%. Em 2013 foram detectados mais de cinco mil novos casos de câncer. Em termos de atendimentos especializados o volume foi bem significativo no ano anterior: 222 mil aplicações de radioterapia, 37 mil ciclos de quimioterapia e mais de 11 mil cirurgias.

Mas a Liga vai muito além do tratamento. Sua complexa e ampla estrutura de atendimento vai desde consultas médicas e com especialistas das mais diversas áreas da saúde, a terapias de reabilitação, incluindo sofisticados serviços de diagnóstico em todas as áreas, com destaque para o núcleo de imagem. Sua amplitude de ação também é marcada pelo fato de atender pacientes de todo o estado e até de estados vizinhos.

NOVO HOSPITAL
Mesmo em meio às dificuldades, a Liga Contra o Câncer elegeu como prioridade a viabilização da construção do seu novo campus ambulatório e hospitalar. Com sua capacidade de atendimento perigosamente perto do limite e preocupada em atender o vertiginoso aumento da demanda, a instituição está em sinal de alerta: “a construção do novo Hospital da Liga é imprescindível para se evitar que em poucos anos a atenção oncológica entre em colapso no nosso estado. O câncer é uma doença de idoso e nossa população está envelhecendo a passos largos. Precisamos avançar na mesma medida. Já possuímos a área física, o projeto está pronto, o que necessitamos agora é do apoio financeiro dos dirigentes de nosso estado e da classe empresarial”, alerta Dr. Ricardo Curioso.

Mesmo sendo uma instituição de direito privado, o trabalho da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer é um bem público e segue com a missão de oferecer atenção oncológica de alto nível a todas as camadas da população. “O compromisso social é o emblema que a instituição carrega desde sua fundação, e mesmo diante de todas as dificuldades, chegamos aos 65 anos com motivos para comemorar. Acredito que estamos conseguindo manter nosso compromisso com a qualidade dos serviços que oferecemos e somos a prova de que filantropia não é sinônimo de precariedade”, afirma Curioso.
Texto encaminhado pela Oficina Comunicação Corporativa.

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