"Boa tarde a todos
A tentativa de alguns de me colocar como vilão das contas públicas por retaliação ao governo não tem amparo na realidade dos fatos. Sei bem os riscos que sinais equivocados podem causar na avaliação do grau de investimento do país e não compactuo com isso.
Agora, não cabe a mim constituir a maioria que o governo não tem para vencer votações no plenário da Câmara. Sem reagrupar a sua base e constituir uma maioria sólida,o governo continuará com problemas e sofrendo derrotas.
É preciso parar com essa fantasia de que sou responsável pelo resultado das votações, como se eu fosse capaz de convencer a todos. E pior, convencer por um motivo de retaliação. Será que todos se submeteriam a isso? E os votos de deputados que me fazem oposição aberta, tal como os do PT? A verdade nua e crua é que não existe base do governo escondidos de fazer o papel do governo.
Em 2009, Michel Temer, como presidente da Câmara, não conseguiu impedir a votação da PEC 300, de autoria do Senador Renan Calheiros, e nem conseguiu impedir a violação do fim do fator previdenciário, que foi vetado por Lula. Isso não quer dizer que Michel estava contra as contas públicas. Foi a vontade da casa naquele momento que ele teve que aceitar.
Presidente da Câmara não é o dono da Câmara e nem do voto dos deputados. Tentar esconder a real situação de fragilidade do governo sem base na Câmara me culpando pelas suas derrotas é querer não enfrentar o problema.
E mais, as CPIs são regimentais, funcionam cinco simultâneas e na ordem de protocolo. Não fui eu quem protocolou as CPIs. Se a vez era dessas CPIs, não me restava nada fazer a não ser cumprir a minha obrigação.
Votamos quatro contas, sendo uma delas votada antes no Senado e confirmada pela Câmara. As outras três, por despacho do presidente do Congresso, são votadas inicialmente na Câmara e foram para o Senado. O Senado tem cinco contas lá para votar, pelo mesmo critério. É preciso parar de especular e se tratar as coisas com mais seriedade".
Este comentário está postado na página do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no Facebook.
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