O governador Robinson Faria não pode dar uma entrevista que se faz de vítima.
- Tenho trabalhado muito, mas os meus sucessores deixaram o Estado numa triste situação - é o que tem repetido insistentemente, senão com essas palavras textuais, mas com esse significado.
Robinson fala sobre os problemas que herdou, como se só tivesse tomado conhecimento deles depois que assumiu.
Ora, esses problemas foram debatidos exaustivamente durante a campanha.
Por mais de uma vez, ao focalizá-los, o governador de hoje, candidato de ontem, chegou a dizer que o problema do Estado não era falta de recursos, era falta de gestão.
E isso - assegurava - gestão, era com ele mesmo.
Um homem que enriqueceu "administrando" na iniciativa privada.
Deu no que deu. Até a coisa boa que seus antecessores deixaram - o Fundo Previdenciário - ele acabou.
Ou Robinson vai dizer que os recursos que usou para manter em dia o pagamento do funcionalismo durante seu primeiro ano de gestão, não eram uma coisa boa e que só existiram porque seus antecessores - apesar das dificuldades que também herdaram - não eram gastadores como ele é?
Torço para que o governador desperte dos seus sonhos antes que se transformem em pesadelo.
Enquanto ele continua tendo os seus sonhos de otimista, a situação do Estado só tem feito piorar.
O buraco tá aumentando. Taí o rombo da Previdência, tá começando a aparecer o rombo do ICMS e vai por aí afora.
Pois, em administração - seja pública, seja privada, não há milagre. Não vai cair dinheiro do céu.
Torço também para que ele pare de se fazer de vítima e demonstre que, realmente, sabe administrar. Ele não dizia que sabia? Ele não dizia que a solução para os problemas do Rio Grande do Norte seria a sua eleição?
E agora? Vai encarar ou não vai?
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