Prezado Jorge Aldir:
Você sabe que não sou abecedista, mas não deixo de torcer pelo futebol do nosso Rio Grande do Norte.
Depois daquela vitória de 4x0 sobre o Guarani, aqui no Frasqueirão, pra mim, não havia mais dúvida: Diante da vantagem que soube construir, o mais querido estava na final do Campeonato Brasileiro da Série C.
Preparei-me, então, para o momento da apoteose - o instante da consagração do resultado, do carimbo do passaporte - o jogo de volta, lá no Brinco de Ouro.
Assim por volta das 5, procurei me informar do horário do jogo e vi que só começaria às 8 (9 lá em Campinas) nesse domingo, dia 23.
Tinha tempo de sobra, portanto, pra continuar na Internet. Até retuitei uma postagem de Emilson Tavares que agora transcrevo: "Com 4 gols de vantagem numa 2ª partida de mata-mata é o mesmo q apostar corrida com Fusca dirigindo uma Ferrari. Só se furar dois pneus...".
Nem de longe imaginei que se tratava de um natural gesto de deslumbramento de um torcedor apaixonado. Retuitei porque concordava - em gênero, número e grau - com a observação de Emilson.
Mas, meu amigo, quando fui ver o jogo - já em andamento, com uns 15 minutos - e vi o placar - 1x0 pro Guarani, me acendeu uma luzinha de advertência. Os caras não estavam acreditando que era impossível reverter a vantagem. Foram pra cima com gosto de gás. Fizeram um antes dos 15 e, se meterem outro até os 30, vai complicar...
Pois bem... O resto todo mundo já sabe: 6x0.
O que danado aconteceu, Jorge?
Foi sapato alto?
Será que o ABC leu o twitter de Emilson Tavares e passou a acreditar que nem precisava mais jogar, pois tudo já estava definido?
Tem gente até pensando (e propagando) que houve marmelada, que o jogo foi entregue, que a apatia do time, sua falta de vontade e a maneira como as coisas aconteceram - não podiam ter outra explicação.
O que é que você acha? O que foi que na realidade aconteceu?
Recorro a você porque lhe conheço e porque você é uma pessoa por quem tenho o maior respeito - tanto como amigo, quanto como profissional.
O que danado aconteceu com o ABC?
Fico no aguardo de sua avaliação sobre esse momento tristemente inesquecivel na gloriosa história do ABC Futebol Clube.
Com um abraço, solidário, seu amigo, colega e admirador
Paulo Tarcísio Cavalcanti.
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