Um marajá, mesmo que seja procurador do Trabalho, jamais vai alcançar o que significa para um trabalhador de salário mínimo perder o seu ganha pão.
Num determinado bairro de Natal, um mercadinho está em processo de fechamento.
O drama do seu único empregado é indescritível.
Trabalhava duro.
Contudo, após longo desemprego, estava feliz porque, há três meses, vinha recebendo no dia certo o seu salariozinho minguado e suado, mas abençoado.
Neste sábado, ao fazer sua última entrega de um garrafão dágua que, como sempre, carregava nas costas por toda vizinhança, soltou para o freguês, de forma discreta, mas parecendo um estrondoso grito de socorro:
- Esta é a última entrega do meu último dia de serviço. Perdi meu emprego justo agora que minha mulher teve o nosso terceiro filho.
É muito duro testemunhar um triste momento como este.
É a vida.
Que Deus o abrace com sua generosa compaixão.
Pior ainda é a convicção de que este não é um fato isolado. É apenas um entre milhares por esse Brasil afora.
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