sábado, 21 de janeiro de 2012

Artigo de Paulo Tarcísio Neto

As diversas formas de medicina (1)
Ao amigo Luiz Gonzaga Cortez
                Prezado Cortez, é realmente admirável o fato de as medicinas tradicionais, como o caso da medicina chinesa, ou da própria homeopatia, não serem, na prática, reconhecidas e utilizadas por nossa ciência atual. É admirável, porém entendível que assim o seja. Cada momento na história da humanidade tem seus dogmas, tanto religiosos, quanto científicos. E assim como o cristianismo é a religião do momento presente, a alopatia é a única ciência médica verdadeira e capaz de ajudar o homem em seu caminho. “Só a alopatia salva.”
                Mas se uma pessoa decide deter-se um pouco mais profundamente no estudo das religiões de todo o mundo verá que, no final das contas, todas elas falam a mesma coisa, porém sob as mais distintas vestimentas. Assim também o são as ciências médicas: se todas elas se referem a um mesmo mistério, que é o homem, como haveriam de ser diferentes?
               Como posso acreditar que uma ciência com mais de 5000 anos, como a acupuntura, não é mais do que baboseira, ou o produto da imaginação de povos primitivos? Tal postura é semelhante àquela que todo adolescente tem de rejeitar tudo o que vem de seus pais quando ainda é demasiado imaturo para compreender a vida.
                Tampouco podemos cair no extremo, em que se encontram alguns terapeutas, de acreditar que a alopatia é demoníaca: cada ciência médica tem suas potencialidades e suas limitações. O estudo comparado delas permite que um médico tenha um “arsenal terapêutico” muito mais amplo, eficaz e inócuo para “a coisa” mais importante de sua prática médica: o paciente. A melhor forma de medicina, amigo Cortez, é aquela que Cura meu paciente, com a maior eficácia, os menores efeitos colaterais e os menores custos. Isso é uma medicina sem dogmas.
                Nos próximos artigos, me deterei um pouco mais em cada forma de medicina, falando sobre seus princípios gerais e sobre como supostamente elas funcionam. Que uma verdadeira curiosidade científica nos guie nessa pequena jornada.
Obs.: Artigo escrito a pedidos do jornalista Luiz Gonzaga Cortez esclarecendo brevemente como funcionam as diferentes formas de medicina. Uma pequena série de artigos seguirá a esse. 
Paulo Tarcísio Neto
Medicina UFRN

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