domingo, 28 de outubro de 2012

Ao eleito, a responsabilidade de não decepcionar


Agora que a campanha terminou é fundamental que todos desçam do palanque – vencedores e vencidos.
Os primeiros, porque não devem guardar ilusões: Não têm tempo a perder. O saboroso e até – dizem alguns – afrodisíaco gosto da vitória logo estará diluído na saliva do caos em que o município de Natal está mergulhado.
Acredito que, para Carlos Eduardo, o vitorioso, não estou dizendo nenhuma novidade.
A estas horas, eu, se fosse ele, em meio até à algazarra das tapinhas nas costas, dos abraços, dos vivas, da euforia contagiante que toda conquista costuma proporcionar, já estaria matutando sobre o desafio imediato que me competiria decidir – Por onde vou começar?
Pela saúde? Pelos buracos? Pela limpeza pública? Pelo trânsito cada vez mais caótico e congestionado? Pelo transporte público – defasado, deficiente e deficitário? Por onde, meu Deus?
Como reconquistar o equilíbrio das contas públicas da Prefeitura, diante de uma receita, reconhecidamente, insuficiente apesar da carga tributária que grande parte da população já não consegue suportar?
Dizendo assim, só pensando em voz alta - da boca pra fora, qualquer um de nós pode dar a resposta que bem quiser e entender. Não, o prefeito eleito.
Por mais preparado que ele esteja para enfrentar todos esses desafios, ele não pode dar uma resposta qualquer, de supetão, movido pelo instinto, nem ao simples impulso de uma emoção.
Seu desafio maior é o de encontrar uma resposta que esteja sintonizada com a aspiração popular e que seja compatível com a debilitada, se não de todo destruída, capacidade realizadora do erário municipal.
O problema é que o tempo voa e ele tem contados dois meses para ter definidas e prontas, não apenas estas, mas todas as respostas que o eleitorado natalense, por maioria inquestionável, e a seu pedido, colocou sobre os seus ombros a responsabilidade de encontrar.
Não há, portanto, tempo a perder. Pelo contrário.
E ao vencido, o que eu poderia dizer?
Primeiro, a minha palavra de solidariedade e de respeito ao deputado Hermano Morais. Mesmo numa democracia, perder é muito ruim. Tem um sabor de fel – amargo, extremamente desagradável.
Mas, é muito importante saber perder – perder com grandeza, perder com dignidade, reconhecendo sem constrangimento a vitória do outro.
Mesmo amarga, com gosto de fel, profundamente desagradável, a derrota é uma contingência natural do processo democrático. Faz parte do jogo.
Então, agora, campanha terminada, resultado proclamado, não há muito tempo disponível nem para o vencedor – Carlos Eduardo - nem para o vencido – deputado Hermano Morais. É todo mundo descer do palanque e começar a trabalhar.
Pois, como tive a oportunidade de dizer, quando fiz no dia 7, uma primeira avaliação sobre o resultado do primeiro turno, o tempo voa. E o pavio da paciência do povo está ficando cada vez mais curto.

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