Vi, esses dias, numa TV - não lembro qual - uma entrevista da vereadora eleita Amanda Gurgel (PSTU) questionando o salário dos vereadores de Natal.
Amanda ganhou o seu primeiro mandato eletivo na eleição deste ano e afirmou considerar "muito" o que os vereadores estão ganhando.
No entendimento dela, essa é uma questão que precisa ser redescutida.
Foi inevitável lembrar-me de um fato que testemunhei, há alguns anos.
Foi em 1991, se não estou enganado.
Naquele ano, elegeu-se o primeiro deputado estadual do PT no RN, Júnior Souto.
Uma grande figura humana. Admirável.
Júnior, acostumado com o seu humilde contracheque de professor do Estado, também achava que, já naquela época, os deputados estaduais ganhavam demais.
Naturalmente, colocou-se contrário a uma nova proposta de reajuste levada a plenário.
Diante de sua firme, embora isolada oposição, a mesa diretora achou por bem fazer uma emenda à proposta de reajuste.
Essa emenda preconizava mais ou menos o seguinte:
Os deputados do RN poderiam optar por três niveis de salário: 1) O teto, que não lembro de quanto era; 2) a metade do teto; ou 3) Um salário-mínimo.
Júnior optou pelo nível intermediário.
Contudo, não aguentou muito tempo. Alguns meses depois, fez um requerimento reivindicando o direito de ganhar igual aos outros.
E nunca mais questionou o assunto.
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