ÍNDICE DE MORALIDADE
E A SELEÇÃO NACIONAL
(Públio José – jornalista)
No plano internacional a coisa também é levada bastante a sério. Hoje, já se mede o índice de desenvolvimento social alcançado por um país, cotejando-o rigorosamente com o índice de desenvolvimento econômico. Isso é feito para se analisar a questão da distribuição de renda, da qualidade da prestação dos serviços públicos, etc, etc. Até a corrução passou a ser medida. Já existem, para efeitos internacionais, instrumentos que indicam se um país, no contexto global de suas instituições, é muito corroído ou pouco corroído pelo câncer da corrução. Tudo isso é muito bom – e tem trazido resultados extraordinários para o desenvolvimento de atividades anteriormente relegadas a planos secundários nos planejamentos dos governos. Entretanto, até os dias atuais, não existe um índice que meça a moralidade dos homens públicos, que indique, principalmente, o caráter positivo ou negativo dos parlamentares em suas várias latitudes.
Pois, se tal índice de moralidade fosse implantado, o Brasil, com certeza, ascenderia a uma das piores (ou melhores?) posições. Seria, digamos assim, um campeonato mundial da safadeza parlamentar. Para tal competição, nossa seleção seria imbatível. Quem, por exemplo, seria escalado para o gol? Nessa posição teríamos ótimos atletas. Políticos e parlamentares que costumam segurar o andamento do jogo, impedindo a investigação dos fatos. Que tal Renan Calheiros, Edison Lobão, Romero Jucá e Fernando Collor? Mesmo que um deles fosse ungido para titular do gol, os demais dariam um excelente banco de reservas. Para o cargo de técnico poderíamos indicar o bem sucedido José Sarney. Quem melhor do que o bem sucedido Sarney para instruir o elenco a atacar e defender da forma mais vantajosa possível? Afinal, não é o Maranhão o estado mais pobre do Brasil, apesar da dinastia Sarney dominá-lo por mais de 40 anos?
Da defesa para o ataque, passando pelo meio de campo, os nomes do catálogo seriam abundantes e fartos. Dor de cabeça para escalar o melhor time o técnico, com certeza, não teria. Imagine ter à sua disposição, para tal empreitada, atletas do porte de Mentor, Nogueira, Argôlo, Negromonte, Maranhão... Isso sem falar num bloco especial, já treinado e experiente nesse tipo de escaramuça, o dos mensaleiros. O técnico, inclusive, poderia até se dar ao luxo de deixar de fora, para efeito de escalação, competentes jogadores da bancada dos lavadores de dinheiro sujo; dos sanguessugas; dos trambiqueiros do imposto de renda; dos que têm contas particulares pagas por executivos de empreiteiras; dos que têm campanhas financiadas por bicheiros, estelionatários e assassinos; dos que praticam nepotismo escrachado... Ufa! Que elenco, que seleção! Já pensou a repercussão internacional? Viva a seleção dos safados nacionais! Viva!!!
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