segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Artigo de João Faustino

A Educação é o caminho

João Faustino (Professor da UFRN)

            “Não há caminho para a paz, a paz é o próprio caminho”. Ghandhi

Hoje, mais do que nunca, se torna mais forte o apelo por uma escola de qualidade, capaz de oferecer aos jovens instrumentos de formação e de competitividade.
A sociedade moderna, diante do crescente consumo de drogas, especialmente da epidemia do crack, da violência, da negação de valores essenciais à ética e à fraternidade, se angustia, se inquieta diante do futuro e da insegurança do presente.
É nesse contexto de busca que se situa a Escola, ainda como o valor mais eficaz e insubstituível da nossa Educação. A Escola - do professor, da sala de aula, da biblioteca, da prática do esporte, da informática - ainda se constitui num elemento vital para a formação da nossa juventude.
A Escola que pensamos não é aquela onde o aluno permanece por três ou quatro horas em ambiente inóspito, sem o menor conforto, onde os professores – desmotivados e sem salários dignos – fazem que ensinam; e onde os gestores, sem disporem de condições mínimas, lutam pela sobrevivência.
A Escola que desejamos é uma escola de tempo integral, organizada, com ambientação adequada, com professores motivados, com salas de aula minimamente confortáveis. Essa é a exigência do momento, especialmente quando a mulher mãe participa ativamente do mercado de trabalho.
Essa Escola tem que vir, sob pena de comprometermos o nosso futuro. Ela tem que chegar, com professores que se sintam motivados para a missão de ensinar, orientar, aconselhar, instruir, incentivar, mediar e estimular cada aluno a alcançar o aprendizado de que necessita e de que a sociedade exige. O professor como fonte de saber, como exemplo e como referência no dia a dia dos seus alunos.
O Rio Grande do Norte já viveu momentos onde o professor era símbolo de honradez e a escola  uma instituição merecedora do respeito e do reconhecimento da sociedade.
Agora, com a deterioração do nosso sistema educacional, sabe-se que o Estado sozinho não tem como abraçar esse pesado fardo. Mas, algo deve ser feito. O primeiro passo seria a construção de um grande pacto em favor da Educação, iniciativa que não me canso de defender. A partir daí, buscar solução.
Por que não se pensar na federalização da Universidade Estadual, desafogando parcela do Orçamento público e destinando-a totalmente à melhoria do ensino básico?
Por que o Estado, diante de tantas deficiências no ensino obrigatório, mantém uma Universidade, arcando com seus elevados custos? A UERN é uma instituição de ensino superior, necessária, e que orgulha o Rio Grande do Norte. Todavia, sua manutenção deveria ser de inteira responsabilidade do governo da União.
O Pacto a que me refiro geraria metas, mobilizaria a sociedade e motivaria a classe política para soluções inadiáveis visando a melhoria da nossa Educação.
Não podemos nos esquecer que não se constrói a paz sem o gesto magnânimo da solidariedade. E é da Educação que resulta essa busca permanente da humanidade.

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