Pois é: Como seria bom se todas as promessas fossem pagas.
Alimentei esse tema de reflexão diante da enxurrada de notícias que tenho ouvido e lido sobre a chuva de dinheiro que estão prometendo despejar sobre Natal, em particular, e, de uma maneira geral, sobre o Rio Grande do Norte.
Sabe Deus, o quanto necessitamos.
Só ontem os jornais estamparam o que as televisões tinham antecipado na véspera: o PAC 2 (vejam bem: só PAC 2 e numa tacada só) destina para o Rio Grande do Norte 458,6 milhões de reais. Quase 459 milhões.
Aliás, digo melhor; Para o Rio Grande do Norte, vírgula. Esse dinheirão todo é só pra Natal, Mossoró, Parnamirim e São Gonçalo.
Seria bom ou não seria bom que fosse verdade? Séria ótimo.
Deus nos livre, porém, que os governantes comecem a gastar esse dinheirão, antes que ele chegue, efetivamente, como se diz na gíria mais vulgar, “ao pé do cipa”.
Por que? Ora, por que? Estamos cansados de saber que, na administração pública brasileira, é muito grande a distância entre a promessa e a realidade. Entre o que é projetado e o que é feito. Temos aqui, nas barbas da gente, exemplos que podem ser contados às dezenas, no mínimo.
Lembram de quando Micarla assumiu? Ela prometia que ia resolver o problema da saúde pública de Natal em 90 dias. Prometeu por maldade? Não acredito. De maneira nenhuma. Ela prometeu porque deseja mesmo resolver. Devia imaginar que seria fácil. Uma “barbada”, talvez. E lá se vão quantos dias? Quase 700 dias. Não sei nem fazer a conta exata.
Outro exemplo? Essa estação de tratamento de esgoto que está sendo feita no Baldo. Já foi até inaugurada. Ta pronta?
Mais um? A ponte da Redinha. Até hoje o serviço está incompleto. Maldade? Sacanagem? Corrupção? Muitos acham até que sim. Sinceramente, não compartilho desse entendimento. Afinal, não tenho provas. Mas, a realidade é que não terminaram. Não concluíram o serviço. Nem se sabe quando é que vão concluir.
Então, no mínimo, é preciso cautela quanto ao aproveitamento do dinheirão que nos está sendo prometido. Mas, até que ele chegue, urge que os governantes passem a cuidar do feijão com arroz da administração pública e que, no frigir dos ovos, é o que afeta o dia-a-dia do pobre contribuinte.
É triste, vergonhoso até, chegar numa repartição pública e não poder ser atendido porque a luz ta cortada ou porque os telefones não funcionam. Chegar numa unidade de saúde e não poder receber um curativo, porque ta faltando esparadrapo ou um pedaço de gaze.
(*) Artigo que assino na edição desta quarta-feira (8/12) do NOVO JORNAL.
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