sábado, 24 de dezembro de 2011

Artigo de Paulo Tarcísio Neto

O consumo moderado de álcool
                À parte as piadinhas daqueles que consideram por “consumo moderado” a ingestão de algumas dúzias de cerveja, são muitos os trabalhos que indicam que o uso com parcimônia de bebidas alcoólicas é benéfico à saúde. Dentre as bebidas mais citadas, destaca-se o vinho que, além da presença do álcool, tem substâncias antioxidantes que retardam o envelhecimento.
                Uma dúvida que nunca souberam me responder nos meios acadêmicos, porém os enófilos devem concordar comigo, é quanto à qualidade dos vinhos. As pesquisas com essa bebida milenar foram realizadas em países europeus, com “vinhos do Porto” e outros de reconhecida tradição e qualidade. O vinho que temos acesso, muitas vezes, é uma mistura do que sobrou da uva com álcool, corante e açúcar.
                A homeopatia é uma forma de medicina que se baseia no uso de venenos para desenvolver a saúde. A base filosófica do consumo do álcool como promoção de saúde, pois, encontra referência na literatura ocidental através de Shakespeare: “Tudo é veneno, tudo é remédio.” Isto é, tudo depende da dose.
                É essa, pois, a primeira regra para que tornemos o álcool nosso aliado: a moderação. Consumir, no máximo, uma a duas taças de vinho. O horário depende da constituição individual de cada um. Alguns preferem antes do almoço, outros antes do jantar ou algumas horas antes de dormir. Experimente e descubra.
               É controverso se o consumo de álcool antes de dormir é realmente “relaxante”. Há trabalhos que indicam o contrário, que piora a qualidade do sono.
                Outra regra de ouro é não misturar diferentes bebidas. Não se sabe bem porque, mas isso tem um efeito extenuante e desgastante, gerando o efeito contrário ao desejado, de se melhorar a saúde. Também não é permitido dar uma de engraçadinho, não beber nada a semana inteira e no fim de semana tomar uma garrafa de vinho: o crédito que não é aproveitado é perdido.
                Mas, sobretudo, faz parte do consumo consciente do álcool ter em mente que, em verdade, ele é uma droga. Se as pessoas te aborrecem porque você bebe demais, se você já pensou em parar mas desistiu, se bebe para enfrentar situações difíceis, procure seu médico. Talvez você precise de ajuda.

Paulo Tarcísio Neto
Medicina UFRN

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