Pernambuco - Pólo de geração de energia limpa?
Heitor Scalambrini Costa
Professor Universidade Federal de Pernambuco
Heitor Scalambrini Costa
Professor Universidade Federal de Pernambuco
Ante o desastroso anúncio da instalação da maior (1.452 MW) e mais
suja termelétrica do mundo no território pernambucano, verifica-se
agora que os gestores do crescimento predatório mudaram o discurso
perante a opinião publica.
A mobilização da população contra este absurdo em pleno século XXI foi
fundamental, e isto refletiu no posicionamento do governo estadual,
que já fala em reconversão desta usina, que antes estava prevista para
funcionar com óleo combustível e lançar para a atmosfera 24.000
toneladas de CO2 por dia, para gás natural. Para esta empreitada
seriam necessários mais de 5 milhões de m3 por dia deste combustível,
que por sinal não está disponível para novos contratos conforme
afirmou recentemente o presidente da Petrobrás. Uma tentativa
tresloucada que compromete a credibilidade pública do governo
estadual.
Mas a tentativa ilusionista de esconder a realidade não pára por ai.
Lembrando que há poucos meses atrás ocorreu a tentativa de trazer para
Pernambuco a usina nuclear. E que também o governo da poluição aprovou
a construção de Suape II no Cabo de Santo Agostinho, uma usina
termelétrica a óleo combustível de 380 MW, cuja inauguração está
prevista para ocorrer neste mês de janeiro de 2012, e que lançará para
o meio ambiente diariamente em torno de 6.000 toneladas de CO2, além
de outros produtos químicos perigosos à saúde pública.
Esta tentativa de desviar a atenção da população e criar uma agenda
positiva, culminou nos últimos dias de 2011, com o pronunciamento de
secretários e ex-secretário de que agora Pernambuco vai se tornar o
maior pólo de energia limpa do Brasil. Inicialmente foi dito no
discurso de posse do novo presidente da Chesf que é a hora e a vez da
energia solar. E também de maneira orquestrada vimos o pronunciamento
do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico afirmando que
Pernambuco é o único estado brasileiro que consolidou a cadeia
produtiva da energia eólica, com a instalação de fabricantes de pás
para os aerogeradores, torres de sustentação e de equipamentos de
conversão eólico-elétrico. Todavia, deixou de mencionar que Pernambuco
tem a irrisória potência instalada de 25 MW, comparada com os ínfimos
2.000 MW de potência eólica instalada no Brasil.
Sem dúvida alguma é alvissareiro que o setor privado envolvido no
aproveitamento dos ventos para geração elétrica vislumbre
oportunidades de negócios em Pernambuco, mas daí às afirmações
ufanistas e grandiloquentes existe uma distância muito grande. Se
compararmos os recursos financeiros envolvidos com as fontes de
energia solar e eólica, e as potências elétricas envolvidas, chega-se
a conclusão que é muito, mas muito pouco, o interesse e a participação
do Estado com as fontes de energias renováveis, menos agressoras ao
meio ambiente.
Nestes cinco anos de governo o que se verificou foi exatamente o
oposto. Um total desprezo pelas fontes renováveis de energia, apesar
do custo, antes apontado como pretexto para não utilizar estas fontes
de energia, mostrar uma tendência de diminuição, chegando ao ponto de
hoje a energia eólica ter o custo mais baixo que todas as outras
fontes energéticas disponíveis, menos a energia hidráulica.
O tema das opções energéticas tem que ser tratado com mais respeito e
seriedade, principalmente com os profissionais que se dedicam ao
estudo deste tema, e envolver os pesquisadores das universidades, dos
centros tecnológicos e de pesquisa nesta discussão, e mesmo nas
decisões, já que isto não acontece. Basta de marketing e propagando
instantânea.
suja termelétrica do mundo no território pernambucano, verifica-se
agora que os gestores do crescimento predatório mudaram o discurso
perante a opinião publica.
A mobilização da população contra este absurdo em pleno século XXI foi
fundamental, e isto refletiu no posicionamento do governo estadual,
que já fala em reconversão desta usina, que antes estava prevista para
funcionar com óleo combustível e lançar para a atmosfera 24.000
toneladas de CO2 por dia, para gás natural. Para esta empreitada
seriam necessários mais de 5 milhões de m3 por dia deste combustível,
que por sinal não está disponível para novos contratos conforme
afirmou recentemente o presidente da Petrobrás. Uma tentativa
tresloucada que compromete a credibilidade pública do governo
estadual.
Mas a tentativa ilusionista de esconder a realidade não pára por ai.
Lembrando que há poucos meses atrás ocorreu a tentativa de trazer para
Pernambuco a usina nuclear. E que também o governo da poluição aprovou
a construção de Suape II no Cabo de Santo Agostinho, uma usina
termelétrica a óleo combustível de 380 MW, cuja inauguração está
prevista para ocorrer neste mês de janeiro de 2012, e que lançará para
o meio ambiente diariamente em torno de 6.000 toneladas de CO2, além
de outros produtos químicos perigosos à saúde pública.
Esta tentativa de desviar a atenção da população e criar uma agenda
positiva, culminou nos últimos dias de 2011, com o pronunciamento de
secretários e ex-secretário de que agora Pernambuco vai se tornar o
maior pólo de energia limpa do Brasil. Inicialmente foi dito no
discurso de posse do novo presidente da Chesf que é a hora e a vez da
energia solar. E também de maneira orquestrada vimos o pronunciamento
do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico afirmando que
Pernambuco é o único estado brasileiro que consolidou a cadeia
produtiva da energia eólica, com a instalação de fabricantes de pás
para os aerogeradores, torres de sustentação e de equipamentos de
conversão eólico-elétrico. Todavia, deixou de mencionar que Pernambuco
tem a irrisória potência instalada de 25 MW, comparada com os ínfimos
2.000 MW de potência eólica instalada no Brasil.
Sem dúvida alguma é alvissareiro que o setor privado envolvido no
aproveitamento dos ventos para geração elétrica vislumbre
oportunidades de negócios em Pernambuco, mas daí às afirmações
ufanistas e grandiloquentes existe uma distância muito grande. Se
compararmos os recursos financeiros envolvidos com as fontes de
energia solar e eólica, e as potências elétricas envolvidas, chega-se
a conclusão que é muito, mas muito pouco, o interesse e a participação
do Estado com as fontes de energias renováveis, menos agressoras ao
meio ambiente.
Nestes cinco anos de governo o que se verificou foi exatamente o
oposto. Um total desprezo pelas fontes renováveis de energia, apesar
do custo, antes apontado como pretexto para não utilizar estas fontes
de energia, mostrar uma tendência de diminuição, chegando ao ponto de
hoje a energia eólica ter o custo mais baixo que todas as outras
fontes energéticas disponíveis, menos a energia hidráulica.
O tema das opções energéticas tem que ser tratado com mais respeito e
seriedade, principalmente com os profissionais que se dedicam ao
estudo deste tema, e envolver os pesquisadores das universidades, dos
centros tecnológicos e de pesquisa nesta discussão, e mesmo nas
decisões, já que isto não acontece. Basta de marketing e propagando
instantânea.
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