Há dois anos por essa época, em todas as conversas, um tema que não passava em branco tinha relação com a “venda” da conta “movimento” da Prefeitura de Natal ao Banco do Brasil. R$ 40 milhões de reais.
Na verdade, não era bem uma venda; era mais um aluguel, pois o compromisso da Prefeitura era o de deixar a sua conta nos cofres do Banco do Brasil pelo prazo de 60 meses.
Como não poderia deixar de ser, essa transação provocou uma acentuada polêmica sob os mais diferentes ângulos.
Questionava-se, por exemplo, se, eticamente, Carlos Eduardo, podia efetiva-la. Por que? Porque, a não ser pela necessidade imediata de ter dinheiro em caixa, era o tipo do negócio que dizia muito mais respeito aos seus sucessores, do que a ele próprio que estava em final de mandato.
Afinal, faltando uma semana, dez dias, pra deixar a Prefeitura, pouco ou quase nada ele deveria ter a ver, sobre onde é que os seus sucessores, nos 60 meses seguintes, deixariam depositado o suado dinheirinho da Prefeitura de Natal.
Mas, o certo é que ele, não apenas vendeu; ou melhor, “alugou” a conta, como recebeu o dinheiro: 40 milhões de reais. Recebeu e utilizou. Pelo que se disse na época, parte para pagar uma indenização à Caixa Econômica Federal (locatária da conta até então); parte para cobrir um saque que tinha sido feito no Fundo da Previdência Municipal; e, o que sobrou, foi usado para completar a folha de pagamento do mês de dezembro de 2008.
Eu não vou aqui entrar no mérito de discutir nem de julgar se o que ele fez foi certo ou se foi errado. Mas, de um esclarecimento, certamente, o contribuinte de Natal está necessitando: se em 2008, venderam ou, vá lá, “alugaram” a conta da Prefeitura de Natal por 60 meses e só se passaram 24, como é que já estão vendendo ou, mesmo, alugando outros 60 meses.
Ou seja: Micarla já está vendendo 60 meses na frente dos outros 60, vendidos por Carlos Eduardo, que só terminarão em 31 de dezembro de 2013?
Pois vejam bem: Se os 60 meses vendidos por Carlos Eduardo começaram em 1º de janeiro de 2009, ao final do atual mandato de Micarla a 31 de dezembro de 2012, só terão passado 48 meses. Para 60 meses, ainda ficarão faltando 12. Exatamente os 12 meses de 2013. Quem será o prefeito na época?
Bom... pouco interessa. Pelo menos agora. Isso aí, na verdade, já é outra questão. Pode ser Micarla, pode não ser. Mas, o esclarecimento que o contribuinte natalense está precisando agora é sobre o período a que se referem esses 60 meses da conta movimento da Prefeitura de Natal, que a prefeita Micarla de Sousa acaba de anunciar que negociou com o BB. E qual o período a que se referem os outros 60 meses, negociados no fim de 2008, pelo ex-prefeito Carlos Eduardo.
(*) Artigo que assino na edição desta quarta-feira do NOVO JORNAL.
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