Menopausa e climatério
Com o aumento da expectativa de vida na sociedade, diversas
patologias que eram inexistentes vão se tornando cada vez
mais comuns. Hoje, entrar na fase dos “Enta” está longe de significar
o fim da vida, aproximando-se muito mais do começo de uma fase
maravilhosa regida pela maturidade e não pelo fervor, muitas vezes
cego, da juventude.
Se a descoberta da pílula anticoncepcional é talvez o melhor símbolo
da emancipação feminina ocorrida no século XX, talvez a Terapia de
Reposição Hormonal venha dar continuidade a esse fenômeno garantindo
ainda mais qualidade de vida e, porque não, liberdade, às mulheres de
nossa era.
Os ovários, órgãos que acumulam e amadurecem os óvulos, tem, entre
muitas outras funções, o papel de ser o centro produtor dos hormônios
femininos, conhecidos como progesteronas e estrógenos. O ciclo
menstrual e de fertilidade da mulher está intimamente ligado com esses
e outros hormônios.
Por volta dos 45 anos, na maioria das mulheres, inicia-se o
climatério: os ovários passam a ter cada vez mais dificuldade pra
produzir a mesma quantidade de hormônios que produziam na juventude, o
que vai gerando alterações no ciclo menstrual das mulheres que vai se
intensificando até que ocorra a famosa menopausa – a última
menstruação da mulher. Com a falência ovariana, as taxas de hormônios
circulantes tornam-se drasticamente mais baixas.
Apesar de se dizer por ai que “a menstruação é a saúde da mulher”,
para muitas pacientes seria um grande alívio entrar na menopausa se
ela se resumisse apenas ao cessar dos ciclos menstruais. O problema é
que a queda desses hormônios leva à ocorrência de diversos outros
sintomas que, esses sim, alteram em muito a qualidade de vida da
mulher.
Os sintomas do chamado climatério incluem, além das famosas ondas de
calor, ou “fogachos”, alterações do sono, humor, do desejo sexual, da
lubrificação da mucosa vaginal, osteoporose etc. Para a alopatia, é a
alteração dos níveis hormonais que provoca todas essas alterações no
corpo da mulher. Não se sabe porque, exatamente, algumas mulheres
passam pelo climatério como se “nada estivesse acontecendo”, e outras
tem sua vida transformada quase num pequeno inferno.
Caso o climatério seja algo insuportável, o melhor mesmo é procurar
um ginecologista. Existe, na atualidade, a opção da tão falada Terapia
de Reposição Hormonal (TRH).
Em geral, mulheres com sintomas muito fortes da menopausa se
beneficiam muito dessa terapia. Cada caso é um caso, no entanto, e a
que se avaliar em cada paciente se há indicação de iniciar a TRH.
O grande medo das pacientes é o risco de câncer associado à TRH. No
entanto, não há nenhuma comprovação científica de que a Terapia
aumenta os riscos, isto é, até agora a quantidade de mulheres com
câncer que fazem TRH é igual ou muito próxima da quantidade de
mulheres sem TRH que desenvolvem câncer.
Na dúvida, e como sempre falo, o melhor é procurar um bom médico e
seu caso será individualmente considerado – como tudo deve ser em
medicina.
Paulo Tarcísio Neto
Medicina UFRN
paulo_tarcisio@hotmail.com
Medicina UFRN
paulo_tarcisio@hotmail.com
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