domingo, 7 de outubro de 2012

A paciência do povo fica, cada vez, mais curta


O grande desafio dos eleitos de hoje é não decepcionar o povo.
Há quatro anos, por exemplo, Natal estava elegendo Micarla - contra tudo e contra todos.
Contra Garibaldi, contra Henrique, contra a governadora Wilma, contra o presidente Lula, contra Mineiro, contra Fátima Bezerra.
Ora, o que aconteceu com Micarla e, tudo indica, está acontecendo também com a governadora Rosalba Ciarlini, pode acontecer com qualquer um que receba a vitória eleitoral como se fosse algo definitivo e imutável.
Nada nesta vida é definitivo nem imutável.
Mais do que uma conquista a ser celebrada, para uma pessoa sensata, uma vitória eleitoral constitui, isto sim, uma grande responsabilidade.
A grande responsabilidade de mostrar, com trabalho, seriedade e correção, que o voto do povo será respeitado e dignificado.
Não precisa fazer milagre.
Basta fazer o básico – manter a cidade limpa, zelar pelas escolas e garantir vaga para todas as crianças e jovens, de preferência em tempo integral; colocar as unidades de saúde em funcionamento; não deixar que as ruas fiquem esburacadas – enfim, sabendo zelar por cada tostão que entrar nos cofres municipais e aplicá-lo naquilo que é mais urgente e necessário.
Tudo que vier mais do que isso será lucro e o povo estará satisfeito.
Dizendo assim, parece até fácil.
Não é.
Se fosse fácil, todos teriam feito.
Pode ser fácil para a pessoa sensata, de bom senso, com os pés no chão.
Para a pessoa vaidosa, que se acha estrela, e que se julga merecedora de todos os aplausos, nada mais difícil.
É muito importante ficar atento para aquilo que os vencedores de hoje vão dizer após a proclamação dos resultados.
Aquele que encarar a voz das urnas com humildade, com gratidão, com uma palavra de alento e consolo aos adversários, estarão dando um passo inicial muito seguro.
Já os que preferirem se vangloriar, os que se julgarem imbatíveis e, apesar de vitoriosos, ainda procurarem espezinhar os que perderam – esses dificilmente escaparão do mesmo destino de outros grandes vitoriosos de ontem e grandes rejeitados de hoje.
Portanto, boa sorte aos eleitos. E que não deixem de aprender a lição que a história não se cansa de repetir. Cuidem de trabalhar, pois há muito o que fazer e a paciência do povo está ficando, com razão e legitimidade, cada vez mais curta.

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