O grande desafio dos
eleitos de hoje é não decepcionar o povo.
Há quatro anos, por
exemplo, Natal estava elegendo Micarla - contra tudo e contra todos.
Contra Garibaldi, contra
Henrique, contra a governadora Wilma, contra o presidente Lula, contra Mineiro,
contra Fátima Bezerra.
Ora, o que aconteceu com
Micarla e, tudo indica, está acontecendo também com a governadora Rosalba
Ciarlini, pode acontecer com qualquer um que receba a vitória eleitoral como se
fosse algo definitivo e imutável.
Nada nesta vida é
definitivo nem imutável.
Mais do que uma conquista
a ser celebrada, para uma pessoa sensata, uma vitória eleitoral constitui, isto
sim, uma grande responsabilidade.
A grande responsabilidade
de mostrar, com trabalho, seriedade e correção, que o voto do povo será
respeitado e dignificado.
Não precisa fazer
milagre.
Basta fazer o básico –
manter a cidade limpa, zelar pelas escolas e garantir vaga para todas as
crianças e jovens, de preferência em tempo integral; colocar as unidades de saúde
em funcionamento; não deixar que as ruas fiquem esburacadas – enfim, sabendo
zelar por cada tostão que entrar nos cofres municipais e aplicá-lo naquilo que
é mais urgente e necessário.
Tudo que vier mais do que
isso será lucro e o povo estará satisfeito.
Dizendo assim, parece até
fácil.
Não é.
Se fosse fácil, todos
teriam feito.
Pode ser fácil para a
pessoa sensata, de bom senso, com os pés no chão.
Para a pessoa vaidosa,
que se acha estrela, e que se julga merecedora de todos os aplausos, nada mais
difícil.
É muito importante ficar
atento para aquilo que os vencedores de hoje vão dizer após a proclamação dos
resultados.
Aquele que encarar a voz
das urnas com humildade, com gratidão, com uma palavra de alento e consolo aos
adversários, estarão dando um passo inicial muito seguro.
Já os que preferirem se
vangloriar, os que se julgarem imbatíveis e, apesar de vitoriosos, ainda
procurarem espezinhar os que perderam – esses dificilmente escaparão do mesmo
destino de outros grandes vitoriosos de ontem e grandes rejeitados de hoje.
Portanto, boa sorte aos
eleitos. E que não deixem de aprender a lição que a história não se cansa de
repetir. Cuidem de trabalhar, pois há muito o que fazer e a paciência do povo
está ficando, com razão e legitimidade, cada vez mais curta.
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