No campo das artes visuais, quando se fala nas primeiras obras de Arte Moderna produzidas em Natal, a referência é sempre o artista plástico Newton Navarro (1928-1992) e sua pintura realizada a partir de 1950, quando promoveu o II Salão de Arte Moderna.
Mas há quem discorde. Muito antes disso, mais precisamente no ano de 1928, o Rio Grande do Norte fora contemplado com trabalhos modernistas do ilustrador, cenógrafo e pintor Erasmo Xavier (1904-1930) estampados nas páginas de Cigarra, revista mundana que circulou no Estado, naquele ano até 1930.
E é sobre este tema que o chargista e acadêmico Rômulo Estânrley enfocará sua apresentação na defesa do seu Trabalho de Conclusão de Curso de Artes Visuais (UFRN), nesta sexta-feira, dia 26, às 14h30, no Departamento de Artes (Deart), sala 25.
A pesquisa, no entanto, teve como objetivo principal estudar a vida e a obra de Erasmo Xavier para Cigarra, do ponto de vista técnico, iconográfico e estilístico. “Estas análises permitirão identifica-lo como o pioneiro do Modernismo no campo da produção visual potiguar, fazendo justiça a seu talento e a sua importância para a história das Artes Visuais no RN”, defende Rômulo.
A revista Cigarra tinha um atrativo à parte, em relação às publicações da época: o seu aspecto visual, devido a enorme quantidade de ilustrações capitaneadas por Erasmo Xavier e, claro fotografias, muitas fotografias. E isso foi suficiente para provocar uma revolução na história da imprensa ilustrada potiguar.
O recorte histórico analisado pelo trabalho de Estânrley abrange a fase de glamour da Belle Époque e do Modernismo brasileiro, vivenciada pela sociedade potiguar, período esse marcado por mudanças que atravessavam o Brasil e o RN, com destaque para a sua capital, que no início do século XX enfrentava intervenções nas áreas cultural e urbana, que transformaram o ritmo de vida e valores da época, e que foram interrompidas com a Revolução de 1930.
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