O tempo não espera
Há quatro anos, num dia como hoje, todos aguardávamos,
com esperança, o início da gestão Rosalba Ciarlini. Inclusive aqueles que, como
eu, acompanhando o presidente estadual do meu partido, deputado Henrique
Eduardo Alves, havíamos preferido apostar no então governador Iberê Ferreira de
Souza, candidato à reeleição.
E não era para menos: Eleita no 1º turno, a governadora
teve uma vitória consagradora. Naquele 30 de dezembro de 2010, tenho certeza,
todos acreditavam, ou pelo menos torciam, que ela faria uma grande
administração e quatro anos depois, exatamente neste 30 de dezembro de 2014,
estaria não apenas concluindo o seu primeiro mandato, mas, principalmente, às
vésperas de iniciar o segundo.
Essa era a expectativa. Certamente compartilhada pela
grande maioria. Quem imaginaria, há quatro anos, ou quem poderia imaginar, que,
eleita da forma inquestionável como foi, a governadora Rosalba chegasse ao fim
do seu primeiro mandato da forma melancólica como estamos vendo?
Pra mim, porém, depois de ver o que aconteceu, nenhuma
surpresa. A governadora, com toda boa fé, agiu como se os primeiros quatro anos
nunca fossem terminar. E ela teria todo tempo do mundo para, digamos,
“degustar”, cada segundo do “poder” que o povo havia colocado em suas mãos.
Já não tenho o direito, portanto, de me iludir com a
perspectiva da administração que começa dia 1º. Não a 2ª de Rosalba. Mas, a 1ª
de Robinson.
Na realidade, a expectativa parece até ser a mesma. Pode
até ser. Não pra mim, pois, infelizmente, o que o governador Robinson Faria
transmite é, também, como aconteceu com a governadora Rosalba, uma certa
indiferença com o tempo.
Essa convicção, infelizmente, não constitui mera
suposição. Está alicerçada no anúncio feito pelo próprio Robinson, dando um prazo
de dois meses, quer dizer, até o começo de março, para que os secretários que
escolheu lhe apresentem uma proposta de trabalho.
Ou seja: O período de transição foi um tempo perdido.
Poti Neto (PMDB)
Vice-prefeito de São Gonçalo (RN