“Eu odeio ser gêmea” - Este foi o título de um e-mail que recebi de uma gêmea de 48 anos que não fala com a irmã há mais de 20 anos. Obviamente, a pessoa em questão quis se manter anônima – mas este não é o único caso. Os relatos de gêmeos adultos que não conseguem manter um relacionamento fraternal saudável são verdadeiros desabafos. Pelo que posso perceber esses irmãos só querem contar sobre seus conflitos, na tentativa desesperada de serem ouvidos. Depois do desabafo vem o alivio, mas é paliativo. O que esses irmãos desejam é a cura para um sofrimento que parece não ter fim. Eles carregam um fardo emocional pesado demais – a dor vem embrulhada com muito rancor, raiva, mágoa e algumas vezes, ódio mesmo. Os motivos pelos quais irmãos gêmeos brigam e rompem a relação, são diversos. Posso mencionar dois motivos, que pra mim, ficam evidentes nos depoimentos.
1) Competição negativa / Rivalidade declarada: Um irmão quer ser melhor que o outro em todas as áreas da vida. A busca pelo sucesso pessoal, profissional e afetivo se torna uma obsessão – e não basta ter, é necessário ter mais do que o outro. E nada parece suficiente, porque o sentimento de vingança aumenta o com passar dos anos.
2) Temperamentos Distintos – Todos nós sabemos que irmãos gêmeos podem até ser idênticos na aparência, mas a personalidade sempre os difere. É exatamente por isso que eles não suportam ser comparados. Porém, nesses casos extremos, os temperamentos também são muito diferentes. Referindo-me na teoria dos quatro humores, são eles: colérico, fleumático, sanguíneo e melancólico. Esses casos representam 10% dos irmãos gêmeos adultos – independentemente de serem univitelinos ou bivitelinos.
(Texto de Jemima Pompeu, 45 anos, gêmea e autora do site totalmente dedicado aos irmãos gêmeos e familiares. Para acessar o blog, CLIQUE AQUI).
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