A nova energia
João Faustino (Prof. da UFRN)
A paisagem litorânea do Rio Grande do Norte começa a receber um componente novo. São mastros erguidos para o céu fazendo girar hélices que se assemelham aos velhos cataventos, responsáveis, durante muito tempo, pelo abastecimento d’água em pequenas propriedades rurais. Essas hélices gigantes, que se movem pela força dos ventos, agora geram energia, energia limpa, e são capazes de mudar a economia do nosso Estado.
Mais uma vez os ventos se transformam em valioso insumo para a economia potiguar. É a mesma brisa que acalenta e que encanta os caminhantes desse sedutor litoral nordestino; esse vento que inspirou Caymi e tantos outros cancioneiros do Brasil a reverenciar aquele maestro que faz balançar as palhas dos coqueiros ou que provoca as ondas do mar. E é exatamente esse vento que inspira a muitos, o principal responsável pela posição do nosso Rio Grande do Norte como maior produtor de sal do Brasil.
Pois bem: Ele, agora, vai produzir energia, permitindo que aqui se instale um dos maiores parques eólicos do país. Esse tipo de energia pode ser considerado um dos mais promissores do mundo e somente a tem quem possui vento na dosagem certa: sem escassez e também sem exageros.
Mais uma vez, portanto, a natureza nos privilegia. Nos deu as águas mornas do mar, o ar mais puro das Américas, o petróleo que fortalece a nossa economia, o sol intenso responsável pela fotossíntese, elemento fundamental da nossa fruticultura, as jazidas de minério, algumas únicas no mundo, e o vento que nos faz produzir sal em abundância e agora, também, importante gerador de energia..
Quem primeiro despertou a minha curiosidade para esse privilégio potiguar, foi o ex-deputado Manuel Montenegro Neto, nosso querido Manuca. Isso há mais de 20 anos, quando ainda nada existia de energia eólica no Rio Grande do Norte. Aliás, Manuca é o mais entusiasta dos nossos pioneiros. Foi ele quem primeiro levantou essa bandeira entre nós, possibilitando que aqui aportassem técnicos e empresários interessados no desenvolvimento dessa extraordinária fonte de energia. Foi persistente. Nunca desistiu. Hoje, contempla o seu pioneirismo como contribuição oferecida ao desenvolvimento do Rio Grande do Norte.
Aliás, é bom que se diga, Manuca é pioneiro de muitas iniciativas que projetam nossas potencialidades no cenário econômico nacional. É bom conversar com ele; e, se houver um pouco de curiosidade do interlocutor muito se aprende. A cada frase por ele dita haverá de se captar uma idéia nova, narrada com entusiasmo, com convicção e com muito otimismo.
Vamos saudar a nova energia, aquela que nasce com os ventos e que vem para assegurar novos rumos para a nossa economia. São muitos os “cataventos” de um tempo verdadeiramente novo marcado pela tecnologia e pela vontade de mudar o Rio Grande do Norte.
A governadora Rosalba Ciarlini, com certeza, fará desse bem um instrumento eficaz de progresso. Incentivará os que aqui chegam; encorajará os que escolherem esta terra para ser receptora de tecnologia, de força de trabalho e de investimentos consistentes.
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