segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Artigo de Walter Medeiros

Minha neta virou um camarão

--- Walter Medeiros – waltermedeiros@supercabo.com.br

O Teatro Alberto Maranhão lotado, domingo, começo da noite, mostrava “Uma História no Fundo do Mar”. No salão do Palácio de Poseidon, Deus dos Mares, o ballet das Pérolas encanta a todos, principalmente Seida, filha de Poseidon. Ela é uma princesinha que adora dançar com todos os seres do mar: camarões, cavalos-marinhos, estrelas, algas e com suas queridas amigas sereias. Aí aparecem problemas, que repercutem, preocupam, mobilizam, são finalmente resolvidos, e a paz e a tranqüilidade voltam a reinar no fundo do mar.
Belo resultado do trabalho da Escola de Ballet Maria Cardoso que, segundo quem bem conhece, zela pelo trabalho técnico e artístico dos alunos. São aulas práticas e teóricas de ballet clássico, aulas de alongamento, aulas teóricas de anatomia-fisiologia e nutrição, que atendem qualificada clientela. Uma grade de níveis composta por baby-class, iniciação, preparatórios, básicos, intermediário, avançado e ballet adulto, findou toda naquela aventura marinha.
Era uma espécie de fantasia real, materializando um método humano que preza primordialmente pela amizade e respeito entre todos os participantes da Escola - mães, pais, alunos, professores e funcionários. É o que corre no meio do ballet clássico em Natal, onde a diretora geral Maria Cardoso é considerada um exemplo de profissional a ser seguido, pela sua criatividade e pelo trabalho que desenvolve.
No meio da fantasia, lá estava eu assistindo embevecido o carinho de todas aquelas bailarinas, que passam, sobem, dançam e envolvem seus corpos de pérola, ouro, água marinha, em cenário tão belo, onde flutuam ao som das notas sentidas e fortes da música clássica. Os braços elegantes contornam o espaço, desenhando círculos e outras formas, as mais belas que alguém já viu. A beleza da dança é por demais potente e deixa extasiados centenas de corações felizes.
Cheio de emoção, fixamos nos olhos belos de Nicole, que olha para a multidão e nem me vê. Mas ali estava vivendo belo momento e o guardando na memória. Era o ápice do espetáculo e, ao seu redor, brilhavam apoteoticamente, como Joia, a
primeira Bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Cláudia Mota e como Guardião do Tesouro o primeiro bailarino solista Edifranc Alves.
Tudo em meio a pérolas, camarões, cavalos marinhos, peixes, algas, ouriços e estrelas do mar. Nicole é a nossa neta; em meio a tudo isso, ela foi transformada em um belo camarão. A outra neta, Letícia, de um ano e meio, estava na platéia e já queria que aquele espetáculo, formado por mais de sessenta bailarinos, demorasse mais. Ou seja: minha agenda vai ter muito ballet pela frente.

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