quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Disputa acirrada (artigo no NOVO JORNAL)

Confesso que não boto muita fé em pesquisa eleitoral. Não tanto porque os institutos especializados não mereçam fé. Acho até que devem merecer. Mas, porque o eleitor – aquele que dizem que vende o voto, que é facilmente manipulado – está ficando mais sabido do que a gente pensa.
Hoje, guardo uma certeza. Tem eleitor contribuindo para distorcer resultado de pesquisas. Ao ser pesquisado, ele não sabe com quem está falando; muito menos quem mandou fazer a pesquisa e aprendeu a preferir não correr riscos.
Pra que correr? Depois de constatar que os grandes financiadores de campanha não se comprometem, fazem doações para os dois lados pensando no que é melhor para seus negócios, o eleitor comum também se “escalda”.
E tome respostas despistadoras para os pesquisadores. Ora se declara indeciso, já estando mais do que decidido; ora diz que vota em Serra, mesmo sendo dilmista de carteirinha; ora faz o contrário e diz que vota em Dilma, apesar do grande bico que o identifica como tucano.
As pesquisas, portanto, não me dizem muito. Não vou dizer que nada me dizem. Mas, certamente, quase nada.
Sou muito de ouvir, diretamente, o que diz o povo – as pessoas que andam na rua, que conversam e, às vezes, discutem na calçada do Café São Luís.
Esta semana, tive a oportunidade de ouvir um velho militante político a quem muito admiro pela correção com que sustenta suas amizades e pela firmeza com que ostenta a bandeira política que abraça: Joaquim Úrsula.
Uma vez, Joaquim foi candidato a prefeito em São João do Sabugi e perdeu a eleição por um voto. Isso mesmo: é o que está escrito: um voto.
Considero-o, portanto, um dos maiores, senão o maior especialista em eleição apertada. E ele me disse, sem precisar olha pros lados como se estivesse me dizendo um segredo:
- Essa eleição ta apertada demais. Eu nunca vi uma eleição presidencial tão apertada como esta.
E foi mais adiante:
- Eu não tenho coragem de apostar 1 real em nenhum dos dois candidatos.
Bom... Isso me foi dito por Joaquim Úrsula, há cerca de uma semana, dez dias. Era a visão dele naquele momento. Pode ser que de lá pra ca tenha mudado alguma coisa. Não sei. Vou procurar o amigo pra saber como estão as coisas.
Naquela ocasião, sentado no mesmo banco aonde estava Joaquim, um eleitor – pra mim, anônimo, pois não me lembro de te-lo visto antes, aceitou desempatar o jogo:
- Serra é como um corredor ruim de Fórmula 1, avança... avança... avança, mas não ganha uma.
E Joaquim:
- Pode ser....

Um comentário:

  1. Já dizia uma velha raposa política, que voto é a mercadoria que mais quebra... quanto mais hoje em dia, não é caro PTC

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