Confesso que não boto muita fé em pesquisa eleitoral. Não tanto porque os institutos especializados não mereçam fé. Acho até que devem merecer. Mas, porque o eleitor – aquele que dizem que vende o voto, que é facilmente manipulado – está ficando mais sabido do que a gente pensa.
Hoje, guardo uma certeza. Tem eleitor contribuindo para distorcer resultado de pesquisas. Ao ser pesquisado, ele não sabe com quem está falando; muito menos quem mandou fazer a pesquisa e aprendeu a preferir não correr riscos.
Pra que correr? Depois de constatar que os grandes financiadores de campanha não se comprometem, fazem doações para os dois lados pensando no que é melhor para seus negócios, o eleitor comum também se “escalda”.
E tome respostas despistadoras para os pesquisadores. Ora se declara indeciso, já estando mais do que decidido; ora diz que vota em Serra, mesmo sendo dilmista de carteirinha; ora faz o contrário e diz que vota em Dilma, apesar do grande bico que o identifica como tucano.
As pesquisas, portanto, não me dizem muito. Não vou dizer que nada me dizem. Mas, certamente, quase nada.
Sou muito de ouvir, diretamente, o que diz o povo – as pessoas que andam na rua, que conversam e, às vezes, discutem na calçada do Café São Luís.
Esta semana, tive a oportunidade de ouvir um velho militante político a quem muito admiro pela correção com que sustenta suas amizades e pela firmeza com que ostenta a bandeira política que abraça: Joaquim Úrsula.
Uma vez, Joaquim foi candidato a prefeito em São João do Sabugi e perdeu a eleição por um voto. Isso mesmo: é o que está escrito: um voto.
Considero-o, portanto, um dos maiores, senão o maior especialista em eleição apertada. E ele me disse, sem precisar olha pros lados como se estivesse me dizendo um segredo:
- Essa eleição ta apertada demais. Eu nunca vi uma eleição presidencial tão apertada como esta.
E foi mais adiante:
- Eu não tenho coragem de apostar 1 real em nenhum dos dois candidatos.
Bom... Isso me foi dito por Joaquim Úrsula, há cerca de uma semana, dez dias. Era a visão dele naquele momento. Pode ser que de lá pra ca tenha mudado alguma coisa. Não sei. Vou procurar o amigo pra saber como estão as coisas.
Naquela ocasião, sentado no mesmo banco aonde estava Joaquim, um eleitor – pra mim, anônimo, pois não me lembro de te-lo visto antes, aceitou desempatar o jogo:
- Serra é como um corredor ruim de Fórmula 1, avança... avança... avança, mas não ganha uma.
E Joaquim:
- Pode ser....
Já dizia uma velha raposa política, que voto é a mercadoria que mais quebra... quanto mais hoje em dia, não é caro PTC
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