Este 1º de
novembro de 2013 marca o 101º aniversário do ex-senador Luiz de Gonzaga Barros –
Luiz de Barros.
Ele era
natalense, mas seu pai – Pedro Afonso, era são-gonçalense, amigo dos meus avós
Alexandre Cavalcanti (paterno) e Lindolfo Lins de Albuquerque (materno). Luiz
de Barros era amigo de infância do meu pai, Poti Cavalcanti.
Conheci-o em
São Gonçalo, durante a campanha eleitoral de 1962, quando se apresentou
candidato a deputado estadual.
Dois anos
antes, em 1960, fora candidato a prefeito de Natal enfrentando, numa acirrada
disputa, o seu compadre Djalma Maranhão.
Num domingo
do período da campanha de 1962, exatamente quando eu acabara de completar 18
anos e ia votar, portanto, pela primeira vez, estava eu na casa do meu pai, em
São Gonçalo, quando chega Luiz de Barros.
Depois da
apresentação e dos cumprimentos, deixei-o conversando com papai e outros amigos
e fui pra fora atraído pelo alto-falante do seu jeep Willys do ano, conduzido
por seu motorista de muitos anos, Inácio Lúcio, de quem, também, me tornei
amigo e a quem seu Luíz só chamava pelo apelido – “Tabaco”.
Era um
sistema de som simples, com uma única boca de som, como se dizia na época. Se
não me engano, tinha um toca-disco manual. Mas, nenhum disco.
Logo
descobri que Tabaco não sabia ligar o equipamento.
- Botaram aí
e não me ensinaram a ligar – contou-me.
Eu conhecera
um sistema de som parecido no Seminário de São Pedro, em Natal, onde cursara o
antigo ginasial e de onde havia saído há no começo de 1961. Sem muita
dificuldade, coloquei o som em funcionamento e saí pelas poucas ruas existentes
em São Gonçalo, na época, anunciando a presença de Luiz de Barros na cidade e
sua candidatura a deputado estadual.
Dono de
propriedades no município, ele tinha sido um dos baluartes da luta travada pela
emancipação política são-gonçalense, conquistada, afinal, em 1958, sob a
administração do governador Dinarte Mariz.
Foi uma
festa. Lá de casa, com papai e os amigos, Luiz de Barros vibrava com o
resultado do barulho que eu fazia e a consequente movimentação do povo. Quando
voltei pra beber água, ele me chamou:
- Tarcísio,
eu preciso que você faça isso pra mim em Natal. E não tem quem faça melhor do
que você. Aceita ir?
- Claro, seu
Luiz. Pode contar comigo. Irei com o maior prazer.
O resultado
foi que passei o resto da campanha na casa de praia de seu Luiz, em Areia
Preta, e era o único responsável pelo trabalho de divulgação de sua candidatura.
Não houve um comício, pelo menos que me lembre. Era o jipe na rua, praticamente
24 horas por dia, percorrendo cada milímetro de becos, vielas, ruas e praças de
Natal, aqui acolá parando num boteco para satisfazer à vontade de Tabaco tomar
a sua e oferecer uma rodada aos amigos presentes.
Luiz de
Barros era muito querido, tinha muitos amigos, muitos admiradores do seu
conceito de homem trabalhador, empreendedor, que venceu na vida à custa do seu
trabalho, e se elegeu sem maior dificuldade.
Registro,
por dever de justiça, que fui acolhido de forma muito carinhosa por toda
família, alicerçando uma amizade que muito me honra. A começar por dona Élia e
os filhos do casal – Luciano, Gilson, Eliane e Laís. Não lembro se Célia já era
nascida. Me lembro dela a partir da campanha vitoriosa de dona Élia para a
Prefeitura de São Gonçalo, se não me engano, em 1968.
Seu Luis
faleceu no dia 3 de janeiro de 1994.
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