Nada como uma crise forte, com recessão recorde, crise política, econômica e de ética para fazer com que paremos para pensar e tentar entender porque chegamos ao colapso.
Primeiro precisamos reconhecer que erramos. Erramos muito em maltratar tanto o nosso país. Todos erraram. Eu também errei.
Precisamos reconhecer que câmaras municipais, assembleias legislativas e Congresso Nacional votaram, por muitos anos, benefícios, promoções e aumentos de qualquer segmento, sem que se preocupassem de onde viria o dinheiro. Se tivéssemos sido mais cuidadosos e enquadrado tudo dentro da realidade financeira da União, estados e municípios, não seria preciso tomar hoje medidas tão amargas para resolver o problema.
O que é melhor: protelar a solução e viver de buscar a cada mês recursos paliativos e ceder a pressões, ou é mais prudente pararmos de enxugar gelo e buscar a verdadeira solução?
É hora de olhar para nós mesmos, esquecer o retrovisor e esquecer a eleição deste ano. Focar no nosso compromisso com a nação e com o nosso estado. É hora de darmos as mãos e mostrarmos com total transparência onde está a solução para isso tudo. Abrir as caixas pretas em todos os lugares, para ver onde podemos enxugar a máquina pública. É hora de cada um cortar na própria carne. A hora é agora e é URGENTE.
Em pleno ano de 2018, não podemos mais ter um militar se aposentando aos 40 anos de idade, após ter ficado dois anos cedido; um delegado se aposentando aos 47 anos, em plena greve da categoria, e com salário de R$ 38 mil; médicos com 18 matrículas diferentes em vários municípios e mais a do estado, todas com o mesmo salário.
Não podemos ter políticos mantendo privilégios. Os políticos precisam fazer uma reflexão. Parar de pensar na próxima eleição e pensar na próxima geração. É preciso CORAGEM pra admitir isso. E não podemos, por fim, conviver com um crescimento de 78% da folha de pagamento do Estado ou uma folha de inativos maior do que a de ativos.
Precisamos ter responsabilidade e dar a nossa contribuição, votar medidas que possam valer o nosso mandato. É hora de parar de hipocrisia e enfrentar o debate. É URGENTE fazer tudo isso.
Preciso desabafar: é duro lutar todos os dias por recursos que possam cobrir o rombo mensal de um Estado em que a despesa supera em mais de R$ 100 milhões a receita. É duro bater, toda semana, na porta dos ministérios e bancos públicos, muitas vezes de forma até humilhante, por sermos um Estado pequeno.
Eu não me nego a fazer este trabalho, e farei sempre que necessário, até porque fui eleito e sou pago para isso. Mas buscar só na União a salvação não resolve nosso problema no Rio Grande do Norte.
O Governo do RN resolveu cortar ainda mais na própria carne, mesmo já tendo diminuído o custeio e as despesas nesses três últimos anos (temos hoje a menor folha de cargos comissionados do Brasil).
O nosso problema é muito mais profundo, é estrutural, é de herança e se iniciou há muitos anos.
Mas não é hora de encontrar culpados. É hora de somar, de nos unir, bancada federal, estadual, poderes, Ministério Público, entidades e sociedade civil, e fazer o que tem de ser feito: salvar o RN da falência! Sei que existe uma equipe competente no governo estadual, e sei que já foram definidos o caminho e a estratégia. O pacote RN URGENTE é uma oportunidade única para corrigir as distorções históricas, sendo a principal delas a nossa previdência, que não se sustenta mais do jeito que está e que vai falir o nosso Estado.
Como membro do parlamento nacional, e conhecedor da importância de uma casa legislativa para dar suporte a medidas emergenciais do executivo, posso afirmar: o papel da Assembleia Legislativa nesta semana é crucial, aprovando as medidas, para fazer um gesto a favor do RN.
Só existe uma segunda chance quando a gente é capaz de reconhecer que errou na primeira. O governo já reconheceu a sua parte da culpa e já preparou o pacote RN URGENTE. O governador Robinson já admitiu a sua cota de responsabilidade e está 100% envolvido na solução.
E eu, Fábio Faria, admito aqui meus erros e reafirmo que tenho feito e continuarei a fazer tudo o que estiver ao meu alcance.
Em favor do meu país, o Brasil.
E principalmente em favor do meu Estado, o Rio Grande do Norte.
Eu quero um RN melhor para os potiguares, para minha família e para meus filhos, Jane e Pedro.
Fábio Faria
Deputado Federal
Artigo transcrito da página do deputado Fábio Faria no Facebook.
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