A sensação que a governadora eleita, Rosalba Ciarlini me transmite, por suas palavras e atitudes, é a de que está “doida” pra mostrar a que veio. Ela parece extremamente consciente da expectativa que transmitiu e do anseio que o povo tem de que comece a transformar expectativa em realidade.
Essa percepção, pra mim, se configurou, de forma bem concreta, em frases esparsas que destaquei do seu discurso de diplomação, evidenciando duas convicções que parecem ser muito de sua personalidade e do seu estilo de atuar na vida pública:
Uma, a consciência do peso representado pela responsabilidade que buscou e assume. Outra, a de que o poder não é uma propriedade; não pertence a quem o exerce; e, tem que ser compartilhado, dividido – não, é claro, no sentido de ser desfrutado - para ser mais eficiente em favor do seu único dono – o povo.
A governadora eleita sabe que não poderá fazer nenhum milagre, mas parece estar convicta, também, de que não tem tempo a perder e que serviço é que não vai faltar para si própria e para a equipe que está escolhendo.
Aliás, aí está a sua primeira grande dificuldade. Formar uma equipe capaz, vontadosa e honesta e, mais do que isso tudo, desinteressada, ao ponto de aceitar a pesadíssima responsabilidade de aceitar um cargo executivo de governo sem um salário compensador.
Esse obstáculo, se não estou equivocado, está sendo superado com habilidade e paciência. Provavelmente, a própria Rosalba gostaria que já estivesse com o time todo escalado, pronto pra entrar em campo, cada um no seu espaço, definindo as primeiras providências que a realidade requer.
Mas, nem sempre, as coisas funcionam como a gente gostaria e até trabalha para que funcionassem. Não apenas pela questão salarial – que, de fato, pesa muito. Além dela, tem, ainda, as pressões e acomodações do ponto de vista político, partidário e, muitas vezes, até, do ponto de vista familiar.
Veja-se, por exemplo, as acomodações do ponto de vista político. São legítimas ou não são legítimas, por exemplo, as pressões do PSDB, com relação a preservação do espaço do deputado Rogério Marinho? O cidadão obteve mais de 105 mil votos e não conseguiu se reeleger. Deve ser esquecido?
E as pressões do DEM, com relação a José Adécio? São legítimas ou ilegítimas? Um líder político honrado, digno, leal, de um lado só e com votos que muitos eleitos não conquistaram, pode ser condenado ao ostracismo político-administrativo?
A governadora tem dado efetivas demonstrações de sensibilidade a questões como essas e, ao que tudo indica, saberá solucioná-las, sem abrir mão de sua prerrogativa de escalar pessoas certas para lugares certos.
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