A RIQUEZA
DA ESTRADA
Paulo Afonso Linhares
As transformações
econômicas
que presentemente têm
curso na região
de Baraúna, projetam impactos positivos de grande
envergadura. Além
do polo agrícola
alí
constituído,
a boa nova é
o surgimento de grandes indústrias
centradas na exploração
em larga escala do calcário,
tanto na fabricação
do cimento quanto na de hidróxido
de cálcio (vulgarmente conhecido como "cal")
e seus derivados. A instalação
e funcionamento de três
grandes unidades industrials de grande porte (duas fábricas de cimento e uma de
beneficiamento da cal), formam um triângulo
que imporá
um novo perfil econômico
à
fronteira noroeste do Rio Grande do Norte com o vizinho Ceará. Curiosamente, embora muito próximas, uma das fábricas de cimento ficará em território potiguar e a outra em solo
cearense, circunstância
esta que pouco afeta o fenômeno econômico
aqui relatado, a näo
ser para ressaltar a tímida
presença
dos governos de ambos Estados, principalmente o potiguar, no atendimento das
demandas da região
em matéria
de infraestrutura.
A agricultura irrigada que se pratica com grande sucesso na
região
de Baraúna
poderia ter reultados ainda mais positivos não fossem as dificuldades que decorrem
da deficiente distribuição
de energia elétrica,
um dos mais importantes insumos da fruticultura que utiliza a irrigação com recursos hídricos captados no subsolo, com
intensa utilização
da energia elétrica.
Com efeito, enormes prejuízos
têm
ocorrido, no agronegócio
dessa região
de Baraúna,
em função
da pouco eficiente estrutura de distribuição
de energia elétrica.
Algumas coisa foi corrigida, todavia, o problema ainda persiste e com a
perspectiva de agravamento em razão
do considerável
aumento da demanda energética
acarretada pelos novos empreendimentos centrados na exploração do calcário.
O maior entrave ao desenvolvmento da região de Baraúna, neste momento, é ausência de uma malha viária mais eficiente. Sem dúvida, a ausência de uma infraestrutura de
transportes rodoviários
pode ser um perigoso gargalo a ser superado, para escoamento da produção de cimento e dos outros produtos. A
rodovia RN-015, que liga Mossoró
a Baraúna
e vai até
a divisa com o Ceará,
não
suporta a dinâmica
dos transportes rodoviários
que a nova realidade impöe.
A sua duplicação
é
imperiosa e urgente, para fazer uma ligação
mais eficiente com as BRs 304 e 405, além
da RN-117, a partir do entrocamento de Mossoró. São apenas cerca de 40 quilômetros, quase em linha reta e sem
quaisquer acidentes geográficos
de monta que possa implicar elevação
de custos da construção
(rios, montanhas etc.). Se ela não
ocorrer a curto prazo, projeta-se enormes problemas para a região, inclusive a dificuldade de
implantação
de novos empreendimentos tanto do ramo industrial quanto mesmo aqueles do setor
terciário,
todos decorrentes e complementares dos já
instalados.
O mais grave é
que são
poucas ou inexistentes as manifestações
de pessoas ou entidades públicas
e privadas, acerca desta questão.
O Governo do RN faz de conta que não
lhe diz qualquer respeito e nem avalia quão
rápido
e exuberante seria o retorno do seu investimento na duplicação da RN-015, em empregos criados e
impostos arrecadados, ademais de um benéfico
e adicional, porém,
não
menos importante ganho: pouparia as vidas de centenas de pessoas que com a precária rodovia atual podem ser
estupidamente ceifadas em acidentes, a exemplo dos que têm ocorrido. É imprescindível que a comunidade baraunense se
mobilize na luta pela inadiável
duplicação
da RN-015. Para o Governo do RN certamente não representa muito custo financeiro,
mas, para esse novo e promissor polo de desenvolvmento econômico que se forma será vital. Afinal, posto que governar não seja apenas construir estradas,
contrariamente do que defendia o velho presidente Washington Luiz, que governou
o Brasil até
1930, fato elas e outros modais de transporte (ferrovias, hidrovias, aerovias
etc.), são
para o país
e sua dinâmica
econômico-social
como as veias e artérias
para a vida do corpo humano. Assim, com a palavra o Governo. Do Rio Grande do
Norte, este desconsolado e ainda lerdo elefantinho.
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