domingo, 18 de agosto de 2013

Artigo de Paulo Afonso Linhares

A RIQUEZA DA ESTRADA

Paulo Afonso Linhares

As transformações econômicas que presentemente têm curso na região de Baraúna,  projetam impactos positivos de grande envergadura. Além do polo agrícola alí constituído, a boa nova é o surgimento de grandes indústrias centradas na exploração em larga escala do calcário, tanto na fabricação do cimento quanto na de hidróxido de cálcio  (vulgarmente conhecido como "cal") e seus derivados. A instalação e funcionamento de três grandes unidades industrials de grande porte (duas fábricas de cimento e uma de beneficiamento da cal), formam um triângulo que imporá um novo perfil econômico à fronteira noroeste do Rio Grande do Norte com o vizinho Ceará. Curiosamente, embora muito próximas, uma das fábricas de cimento ficará em território potiguar e a outra em solo cearense, circunstância esta que pouco afeta o fenômeno  econômico aqui relatado, a näo ser para ressaltar a tímida presença dos governos de ambos Estados, principalmente o potiguar, no atendimento das demandas da região em matéria de infraestrutura.

A agricultura irrigada que se pratica com grande sucesso na região de Baraúna poderia ter reultados ainda mais positivos não fossem as dificuldades que decorrem da deficiente distribuição de energia elétrica, um dos mais importantes insumos da fruticultura que utiliza a irrigação com recursos hídricos captados no subsolo, com intensa utilização da energia elétrica. Com efeito, enormes prejuízos têm ocorrido, no agronegócio dessa região de Baraúna, em função da pouco eficiente estrutura de distribuição de energia elétrica. Algumas coisa foi corrigida, todavia, o problema ainda persiste e com a perspectiva de agravamento em razão do considerável aumento da demanda energética acarretada pelos novos empreendimentos centrados na exploração do calcário.

O maior entrave ao desenvolvmento da região de Baraúna, neste momento, é ausência de uma malha viária mais eficiente. Sem dúvida, a ausência de uma infraestrutura de transportes rodoviários pode ser um perigoso gargalo a ser superado, para escoamento da produção de cimento e dos outros produtos. A rodovia RN-015, que liga Mossoró a Baraúna e vai até a divisa com o Ceará, não suporta a dinâmica dos transportes rodoviários que a nova realidade impöe. A sua duplicação é imperiosa e urgente, para fazer uma ligação mais eficiente com as BRs 304 e 405, além da RN-117, a partir do entrocamento de Mossoró. São apenas cerca de 40 quilômetros, quase em linha reta e sem quaisquer acidentes geográficos de monta que possa implicar elevação de custos da construção (rios, montanhas etc.). Se ela não ocorrer a curto prazo, projeta-se enormes problemas para a região, inclusive a dificuldade de implantação de novos empreendimentos tanto do ramo industrial quanto mesmo aqueles do setor terciário, todos decorrentes e complementares dos já instalados.


O mais grave é que são poucas ou inexistentes as manifestações de pessoas ou entidades públicas e privadas, acerca desta questão. O Governo do RN faz de conta que não lhe diz qualquer respeito e nem avalia quão rápido e exuberante seria o retorno do seu investimento na duplicação da RN-015, em empregos criados e impostos arrecadados, ademais de um benéfico e adicional, porém, não menos importante ganho: pouparia as vidas de centenas de pessoas que com a precária rodovia atual podem ser estupidamente ceifadas em acidentes, a exemplo dos que têm ocorrido. É imprescindível que a comunidade baraunense se mobilize na luta pela inadiável duplicação da RN-015. Para o Governo do RN certamente não representa muito custo financeiro, mas, para esse novo e promissor polo de desenvolvmento econômico que se forma será vital. Afinal, posto que governar não seja apenas construir estradas, contrariamente do que defendia o velho presidente Washington Luiz, que governou o Brasil até 1930, fato elas e outros modais de transporte (ferrovias, hidrovias, aerovias etc.), são para o país e sua dinâmica econômico-social como as veias e artérias para a vida do corpo humano. Assim, com a palavra o Governo. Do Rio Grande do Norte, este desconsolado e ainda lerdo elefantinho.

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