Vamos devagar com o andor.
Pois é: Não posso esconder, na minha condição praticamente
anônima, a preocupação que me é trazida pelo ronco das ruas.
Há uma situação de insatisfação generalizada – com a perda
do poder de compra, com a insegurança, com o desemprego, com a roubalheira, com
os péssimos serviços públicos, especialmente na área da saúde pública.
Pra mim, contudo, mais grave, é constatar a ameaça ainda
maior que paira sobre o povo brasileiro.
Tem muita gente se assanhando para tirar o melhor proveito possível
da insatisfação popular.
Muita gente procurando falar a linguagem que o povo quer
ouvir num momento como o atual, mas sem nenhum compromisso com a realidade.
Muita gente (aparentemente) abraçando causas nobres, mas
visando tão somente a garantia dos seus próprios privilégios.
Então, pra meia dúzia de anônimos como eu, o lembrete que
era feito antigamente para os carregadores das antigas procissões por ruas
esburacadas do anterior:
- Vamos devagar com o andor que o santo é de barro.
Sinceramente: Não vejo o impeachment da presidente como solução.
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