quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Inflação chega a 10,28% nos últimos 12 meses

DO IBGE

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,85% em novembro e ficou 0,19 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,66% de outubro. Em relação aos meses de novembro, consistiu no índice mais elevado desde 2010, quando foi registrado 0,86%. Situando-se em 9,42% no ano, constitui-se no mais elevado acumulado de janeiro a novembro desde 1996, quando atingiu 9,70%. Em 2014, considerando o mesmo período, a taxa estava em 5,63%. Em relação aos últimos 12 meses, o índice foi para 10,28% e ficou acima dos 12 meses imediatamente anteriores (9,77%). Desde novembro de 2003, com os 12 meses em 12,69%, não havia registro de taxa mais elevada. Em novembro de 2014 o IPCA-15 havia sido 0,38%.

A alta de 5,89%, que produziu impacto de 0,30 ponto percentual (p.p.), fez do item combustíveis o principal destaque individual em novembro. Responsáveis por 35% do IPCA-15, os combustíveis, com o expressivo peso de 5,01%, elevaram o grupo Transportes ao maior resultado no mês, conforme mostra a tabela a seguir.

O consumidor passou a pagar 4,70% a mais pelo litro da gasolina, que exerceu impacto de 0,18 p.p. no índice, enquanto o etanol, que ficou 12,53% mais caro, exerceu 0,11 p.p.. O aumento da gasolina nas bombas, que acumula 6,48% nos meses de outubro e novembro, foi consequência dos 6,00% praticados ao nível das refinarias, reajuste em vigor desde o dia 30 de setembro. No grupo sobressaíram, ainda, as tarifas dos ônibus urbanos, com 0,76%, tendo em vista as variações registradas em Belo Horizonte (5,77%), região onde, a partir do dia 25 de outubro, o reajuste de 9,68% voltou a ser aplicado; Brasília (5,26%), onde as tarifas foram reajustadas em 33,34% desde 20 de setembro; e Fortaleza (2,92%), cujo reajuste de 14,58% passou a vigorar em 07 de novembro.
Junto aos Transportes (1,45%), o grupo Alimentação e Bebidas (1,05%) pressionou o resultado do índice do mês. Com impactos de 0,27 p.p. e 0,26 p.p, respectivamente, somaram 0,53 p.p., sendo responsáveis por 62,00% do IPCA-15.
Nos alimentos, cuja alta foi a 1,05%, aqueles comprados para consumo em casa subiram 1,35%, bem mais do que a alimentação fora, que ficou em 0,52%. Os preços de vários produtos importantes na despesa das famílias tiveram alta expressiva de outubro para novembro, dentre eles estão o tomate (15,23%), o açúcar cristal (9,61%) e refinado (7,94%), o arroz (4,10%), o frango inteiro (3,96%), a cerveja (3,35%), o óleo de soja (2,84%), as frutas (2,14%), a carne (1,71%) e o pão francês (1,03%).
No grupo Comunicação, a alta de 1,04% foi motivada pela telefonia fixa, que aumentou 1,54%, e celular, com 1,85%.
Habitação (0,74%) e Vestuário (0,72%) mostraram resultados próximos. O item energia elétrica, com alta de 0,95%, se destacou no grupo Habitação em razão do aumento de 2,32% nas contas do Rio de Janeiro, onde o reajuste de 16,00% nas tarifas de uma das concessionárias que abastecem a região metropolitana passou a vigorar a partir de 07 de novembro; e de 0,79% em São Paulo, variação que complementa o reajuste de 15,50%, vigente nas tarifas de uma das concessionárias desde 23 de outubro. Outros itens merecem destaque em Habitação: condomínio (1,34%), artigos de limpeza (1,23%) e botijão de gás (0,89%).
Os artigos de higiene pessoal (1,21%) e plano de saúde (1,06%) tiveram influência em Saúde e Cuidados Pessoais (0,66%), enquanto cabeleireiro (1,02%) e serviços bancários (0,73%) influenciaram o grupo Despesas Pessoais (0,37%).
Os mais baixos resultados de grupo foram verificados nos Artigos de Residência, com 0,07%, e Educação, que ficou em 0,03%.
Quanto aos índices regionais o maior foi o de Fortaleza (1,18%), influenciado pela alta de 2,92% no item ônibus urbano, cujas tarifas foram reajustadas em 14,58% a partir de 07 de novembro. Alimentação fora de casa (1,30%), acima da média nacional (0,52%), também influenciou o resultado. O menor índice foi o da região metropolitana de Porto Alegre (0,68%):

Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período 15 de outubro a 12 de novembro de 2015 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de setembro a 14 de outubro de 2015 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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