segunda-feira, 4 de abril de 2011

Artigo de Públio José

O (bom) vinho de Jesus 

Públio José - Jornalista
(publiojose@gmail.com)


           Um dos momentos mais comentados da vida de Jesus Cristo é o que está descrito no Evangelho de João, capítulo 2, que trata das bodas de Cana da Galiléia. É a célebre transformação da água em vinho. Muito se tem falado a respeito do assunto. O ponto de maior discussão é o que tenta definir se o vinho originado da água tinha álcool ou não. Os que bebem encontram no episódio um argumento a mais para continuar entornando seus copos seja qual for o motivo. Os que não bebem batem firme na tecla de que Jesus jamais produziria uma bebida que alterasse – para pior – o estado de espírito das pessoas. Essa polêmica vara os séculos até os dias atuais. E tudo indica que não se chegará nunca a um consenso, a uma conclusão fechada em torno do assunto. Deixando de lado esse aspecto do caso – embora acreditando que o vinho de Jesus não continha álcool – queremos aqui abordar outro lado da questão.
         O versículo 10, do mesmo capítulo 2, nos traz a reação do mestre-sala – também conhecido como mordomo, organizador de festas, e que nos dias atuais seria tratado como promotor de eventos – sobre a qualidade do vinho que Jesus produzira a partir da água. Suas palavras, ditas ao noivo, foram as seguintes: “Todos costumam por primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora”. A admiração do tal promotor de eventos residia no fato de que houve regularidade na qualidade do vinho servido do início ao fim da festa. É esse ponto que eu quero ressaltar na análise dos acontecimentos que se passaram há mais de dois mil anos atrás. O que vem de Jesus não tem variação, não tem descontinuidade, não tem perda da qualidade – enfim, não tem alteração. Jesus nos contempla com o que de melhor Ele tem para nos dar – do início ao fim da nossa vida.
         Com Jesus não tem essa história de gestos de segunda ou de terceira categoria; de ações que se iniciam, mas não se completam. Com Jesus o bom vinho é servido do início ao fim, dando um sabor todo especial ao espetáculo da vida – para os que crêem, é claro. Lamentavelmente muitos se perdem na discussão estéril se o vinho produzido por Jesus continha álcool ou não. Muitos continuam perdendo um tempo precioso por não descortinarem a sabedoria extraordinária de Jesus, gastando tempo em polêmicas improdutivas, deixando de alcançar a posição que Ele almeja para todos nós: o de bons bebedores do seu vinho, de apreciadores do vinho do seu amor. O vinho de Jesus não tem o álcool que o mundo conhece, que embriaga, empobrece, embrutece a alma humana. O vinho de Jesus se manifesta através de sua presença constante em nossas vidas, impregnando nossas almas do aromático buquê da sua alegria.
          Ainda segundo o relato bíblico, o noivo estaria em vias de passar por momentos de extrema dificuldade. Em plena festa o vinho acabou. E agora? O que fazer? Supermercados naquele tempo não existiam. Distribuidores de bebidas também não. Muito menos lojas de conveniência. Além do mais, aonde encontrar, àquela altura, vinho em quantidade e qualidade suficiente para servir a tanta gente? A situação era realmente vexaminosa. Tanto naquele tempo, como nos dias atuais, é vergonhosa a situação de alguém que faz uma festa e deixa a bebida se acabar no meio da comemoração. No caso do noivo a situação era bem pior. Afinal, se tratava de um casamento, evento carregado de todo o simbolismo e ritualística da religião judaica. Com certeza o noivo seria encarado pela família da noiva – e pelos convidados – como um relapso, um desastrado, no mínimo um imprevidente.
          Certamente haveria conseqüências, escândalo. Para sorte do moço Jesus se fazia presente em sua vida. E seu toque, sua misericórdia, seu inesgotável amor recolocou tudo no lugar. Ao transformar a água – que em nada resolveria a questão naquele momento – em vinho de qualidade, Jesus alterou radicalmente o curso daquelas vidas. Do noivo, da noiva, dos familiares de ambos – e até dos convidados. Transformando maldição em bênção, tristeza em alegria, decepção em realização. Até o mestre-sala ficou satisfeitíssimo. Afinal, sua clientela não teria do que reclamar – muito pelo contrário. Com Jesus é assim. A turbulência pode até vir. E com certeza virá. Mas, através do vinho do seu amor, situações difíceis podem ser modificadas. O que está esperando? Vamos experimentar o vinho de Jesus? Tim, Tim. 

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