quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Estudantes de Nova Natal expõem telas no Parque da Cidade

A Escola Estadual Myriam Coeli está comemorando seus 30 anos de existência com uma exposição de quadros pintados pelos seus alunos.  O projeto “Experimentando Arte”, coordenado pela pedagoga Sandra Milena Feitosa, que é especialista em artes visuais, e responsável pelo laboratório de arte da escola, está iniciando a sua fase com exposições itinerantes. No projeto, os alunos são estimulados a desenvolverem suas aptidões nas artes plásticas e abordam temas como “O Grito”, de Edvard Munch, “Nossos Gritos, Nossas Alegrias”, “Arte Circense”, “Natureza” entre outros.

Sandra trabalha na escola há 24 anos e conta que o projeto é um antigo sonho dela e que foi realizado graças à visão das diretoras da escola em implantar algo que mantivesse os alunos na escola em atividades extraclasse. “Em 2010, eu levei a ideia para a antiga diretora Vilma de Lourdes e ela aceitou na hora. A atual diretora, Ana Andrade, deu continuidade e tem apoiado o projeto”, comenta.  Hoje o projeto foi ampliado para o Ensino Fundamental e está inserido no programa federal Mais Educação e conta também com as orientações dos professores Josué Flor, artista plástico, e Francisco Luiz, que é musico e desenhista e dão as orientações técnicas aos alunos.

Para os alunos, a atividade da professora que pintava caixinhas de madeira para vender, despertou neles o interesse pelas artes. Ela buscou recursos junto ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE para a compra de material e dar início às atividades. Hoje, a compra é feita com recursos adquiridos por meio de bazares realizados na escola.  “Temos a ideia de fazer leilões com algumas telas coletivas e investir os recursos em material para o laboratório, porque as dificuldades são muitas”, comenta Sandra.

A coordenadora também deu orientação aos alunos para que eles passassem a ter a arte como meio de vida financeira, já que todos são oriundos de famílias carentes. É o caso de Joyce Luana de Farias, 19, uma ex-aluna que cursa pedagogia numa faculdade particular de Natal e ajuda a família com a renda das telas que vende e do que recebe como monitora de artes na própria escola. 

Joyce já fazia desenhos em papel e em tecidos para ajudar nas despesas em casa. “Antes do projeto eu só estudava, ajudava nos trabalhos em casa e pintava panos com a minha mãe para melhorar a renda. Hoje eu ajudo financeiramente em casa com o que recebo como bolsista. Além disso, fazer parte do projeto ajudou-me a escolher a profissão que desejo seguir”, garante.

Os alunos e a comunidade aceitaram tão bem o projeto artístico da escola, que já surgiram outros projetos como o Chá com Arte, onde as telas são expostas, grupos de dança e músicos que moram no entorno da escola se apresentam junto com alunos, os convidados recitam poemas e tomam chá.

A descoberta de talentos é constante com os projetos desenvolvidos pela escola como é o caso de Júlio Deumier, 16, aluno do 2º ano do ensino médio e que está no projeto desde o início. Ele conta que o gosto pelas artes começou desde criança e, embora os pais não o apoiasse diretamente, nunca se posicionaram contra. “Eu mesmo ia procurar onde tinha cursos para eu fazer. Aos 10 anos fiz curso de aquarela; aos 11 fiz balé e música”. Determinado, ele diz que já veio a pé da zona Norte, onde mora, até a zona Sul para fazer a matrícula em um curso. Júlio sabe pintar, dançar, tocar flauta doce e ainda trabalha como ajudante de cozinha num restaurante em Natal para se manter financeiramente. “E ainda estudo”, completa.

O projeto ajudou a resgatar alunos com dificuldades de aprendizado, segundo a coordenadora de artes. “Tinha vários alunos que davam problemas em sala de aula e depois do projeto se transformaram em ótimos alunos e hoje passam por média nas disciplinas. Hoje, os alunos maiores já são exemplos para os menores”, comemora.

Para o coordenador de educação ambiental do Parque da Cidade, esses eventos são importantes porque atrai o público em geral e diversifica as atrações sem sair do tema da preservação ao meio ambiente. “Alguns quadros focam o meio ambiente e isso leva os alunos e visitantes da mostra a uma reflexão sobre a importância de reciclar e preservar esse bem tão precioso”, pontuou.

A Escola Estadual Myriam Coeli funciona na rua dos Coroais, no conjunto Nova Natal, bairro Lagoa Azul, zona Norte. Cerca de mil alunos estão matriculados em três turnos. A mostra fica no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte até o dia 21 de fevereiro e pode ser visitada no horário de funcionamento do Parque, das 8h às 18h, todos os dias da semana. Telefone para contato: 3232-3207.
Texto e fotos encaminhados pela assessoria de Imprensa do Parque.



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