domingo, 25 de outubro de 2015

Artigo de Carlos D Miranda Gomes

Não deixem o Aero morrer

É simplesmente triste a notícia de que a Justiça do Estado do Rio Grande do Norte julgou demanda entre o Aero Clube do RN e o Estado do RN para a desocupação daquele sodalício no prazo de dois meses.
Não discuto a razão jurídica da medida, mas invoco a história brilhante do Aero, com a instalação da primeira escola de pilotagem, dos muitos anos que levou a alegria à população potiguar, seja na prática de esporte, seja pelas memoráveis festas folclóricas, sociais, cívicas e carnavalescas.
Atualmente é um dos raros pontos onde é possível aliar festa e esporte, com o uso das quadras de futebol mirim, com presença constante das famílias sem distinção de faixa social.
Por outro lado, sem entrar no mérito da questão legal, lembramos que o Estado do RN está atravessando um período de grave crise, precisando de receita e impossibilitado de qualquer gasto com investimento, pois existe uma carência calamitosa de estrutura física para o cumprimento do sistema penitenciário; desgaste em todos os seus prédios de natureza cultural; a ponte Newton Navarro dando os primeiros sinais de deterioração; estradas carecendo de reparação urgente.
Entendo, como cidadão e ex-sócio do Aero, seja viável a suspensão da execução do despejo, a renovação provisória da locação enquanto, de um lado, o Aero encontre uma solução para transferir o seu acervo histórico e por outro, o Estado possa criar projetos efetivamente exequíveis que permita o uso daquele espaço tradicional para os mesmos fins para o qual foi criado.
Fábio Macedo é um homem de bem e do bem, com uma gestão honrada e merece um alento para não deixar morrer um dos últimos instrumentos da nossa história, que é cultura também.
ROGO AOS HOMENS DE BOA VONTADE DO ESTADO QUE NÃO DEIXEM O AERO MORRER, SEM UM ALENTO QUALQUER.
Não deve caber aqui aqueles versos da canção de Dick Farney:
......................
A nossa história acabou
sem um aplauso sequer
quando o pano baixou

Numa cena banal,
Pôs-se um ponto final!

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